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Rio Grande do Sul O PIB do Rio Grande do Sul acumula uma alta de 2,7% nos três primeiros trimestres, acima do índice nacional

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Economia gaúcha registrou queda de 0,5% de julho a setembro. (Foto: Arquivo/CNI)

Um relatório apresentado na manhã dessa quarta-feira por técnicos da Seplag (Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão) do Rio Grande do Sul aponta que o PIB (Produto Interno Bruto) gaúcho acumula um crescimento de 2,7% ao longo dos três primeiros trimestres do ano. O desempenho está acima da variação positiva verificada no Brasil durante o mesmo período (1%).

Após um primeiro semestre impulsionado pelos desempenhos da agropecuária e da indústria, a economia do Estado registrou variação nula no terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior, conforme ressalta o DEE (Departamento de Economia e Estatística), vinculado à pasta:

“O resultado do PIB gaúcho no período entre julho e setembro foi influenciado pela sazonalidade das principais lavouras do Estado, como soja e milho, e também pela desaceleração de alguns segmentos da indústria, já sinalizados nas últimas pesquisas nacionais do setor”.

Já em relação ao trimestre anterior, o PIB (soma de todas as riquezas produzidas no Estado) apresentou queda de 0,5%, influenciada pela retração da agropecuária (-5,6%) e da indústria (-1,1%). Nessa base de comparação, os serviços cresceram 0,3% no período.

Conforme os economistas responsáveis pelo estudo, a variação do terceiro trimestre era esperada em virtude da base de comparação mais alta e do fim do ciclo de vendas de alguns segmentos importantes, como o de máquinas e equipamentos agrícolas, caminhões e veículos leves.

“A expectativa é que o crescimento no final do ano permaneça positivo e, provavelmente, acima do avanço da economia brasileira”, avalia a chefe da Divisão de Indicadores Estruturais do DEE, Vanessa Sulzbach. “A retomada consistente da economia, contudo, ainda está atrelada à recuperação sólida da economia nacional, para a qual se espera crescimento de 2,2% no próximo ano.”

Segmentos

Por segmento da economia, a agropecuária (-2,5%) e a indústria (-1,6%) foram as principais influências negativas no terceiro trimestre do ano, enquanto o setor de serviços cresceu 1,4%, acima da média nacional, de 1% no mesmo período de comparação.

Das sete atividades que compõem os serviços, apenas o comércio (-0,8%) apresentou queda. Os principais destaques no segmento foram os serviços de intermediação financeira e seguros (+3,1%) e de transporte, armazenagem e correios (+2,1%).

Na agropecuária, o terceiro trimestre representa o período do ano de menor peso da produção agrícola nos números da economia. Dentre os produtos com safra relevante entre julho e setembro, a cana-de-açúcar (-7,8%), mandioca (-7,3%) e a laranja (-4,2%) registraram as quedas mais significativas.

Na indústria, três dos quatro segmentos pesquisados apresentaram retração. A construção (+2,2%) foi o único a apresentar números positivos – ainda assim, abaixo do observado no Brasil (+4,4%).

A indústria de transformação, com queda de 2,1%, representou o maior impacto negativo por conta do seu peso na atividade do Estado, com destaque para a baixa na produção de máquinas e equipamentos (-7,5%), produtos químicos (-7%), produtos de borracha e material plástico (-8,7%) e produtos alimentícios (-2,1%).

Em virtude da variação negativa de atividades com grande peso na arrecadação tributária, o volume dos impostos sobre produtos no Rio Grande do Sul apresentou queda de 1,2% no trimestre, enquanto no país houve crescimento de 1,8%. O VAB (Valor Adicionado Bruto) do Estado, ou seja, o resultado final de toda a atividade produtiva, cresceu 0,2%, também abaixo da variação do País, que teve alta de 1,1%.

Entre janeiro e setembro, os números do Rio Grande do Sul mostram um desempenho acima do registrado no Brasil (+2,7% ante +1% da economia nacional), com destaque para a agricultura (+6,7%) e indústria (+3,3%). O setor de serviços registrou expansão de 1,6% no período e a previsão em todos os segmentos é que a tendência de crescimento acima da média nacional permaneça nos números finais de 2019.

(Marcello Campos)

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