Quarta-feira, 05 de março de 2025
Por Redação O Sul | 15 de novembro de 2022
Se você se surpreendeu com o tamanho do corte de pessoal anunciado recentemente pelo Facebook e o Twitter, é melhor sentar na cadeira e pensar: será que o pior ainda não passou? E a resposta parece ser sim. A Amazon começou nesta terça-feira (15), uma demissão em massa que pode cortar até 10 mil funcionários dos escritórios da empresa nesta semana.
Ainda não há informações sobre como funcionários no Brasil serão afetados pelo corte ou quantas pessoas já foram demitidas pela empresa. A informação foi divulgada pelo jornal americano Washington Post e do site Business Insider, que tiveram acesso a emails de colaboradores que foram convocados para reuniões com líderes e gestores da empresa.
Na reunião, funcionários afetados foram informados de que teriam 60 dias para se realocarem em vagas da própria empresa e, caso não fosse possível ocupar outro cargo interno, a Amazon ficaria responsável por pagar um período de salário, como um seguro-desemprego. Ainda não foi possível saber quantos meses benefícios seriam oferecidos pela empresa — a companhia também não se manifestou a respeito das demissões.
O site Business Insider também teve acesso a um email enviado pela empresa, em que a reunião foi marcada em caráter “obrigatório” para os funcionários.
De acordo com pessoas familiarizadas com o assunto que conversaram com o jornal New York Times, o corte deve afetar a área de dispositivos da Amazon, recursos humanos e vendas. Setores de aparelhos com a assistente de voz Alexa também devem ser reduzidos. Ao todo, cerca de 3% da área corporativa da Amazon pode ser afetada no corte, número que exclui funcionários terceirizados e de armazéns da empresa.
Durante a pandemia de covid, a Amazon se viu pressionada a dobrar a sua força de trabalho em apenas dois anos, com o aumento dos serviços de comércio online e de nuvem. Agora, a empresa tem enfrentado uma diminuição no ritmo de faturamento em um cenário de alta de inflação e da taxa de juros em todo o mundo.
No último relatório financeiro da Amazon, divulgado no final de outubro, a companhia registrou queda de 9% nas vendas do terceiro trimestre, se comparado com o mesmo período do ano passado, e apresentou uma expectativa de pouco crescimento para o período de festas de fim de ano. No mesmo dia em que compartilhou o relatório, as ações da empresa tiveram queda de cerca de 19% após o fechamento do mercado.
Crise nas gigantes
Somente em 2022, grandes empresas como a Meta, holding do Facebook, Instagram e WhatsApp, e o Twitter fizeram demissões em massa para cortar gastos frente ao cenário econômico atual. Na última semana, a Meta anunciou a demissão de cerca de 11 mil pessoas.
Antes da gigante comandada por Mark Zuckerberg, o Twitter, agora sob o comando de Elon Musk, fez um corte de cerca de 3,7 mil pessoas nos escritórios de todo o mundo. Para o CEO da Tesla, a justificativa era menos relacionada à crise e mais relacionada à forma como o Twitter deve seguir a operação com o novo CEO.
Ainda assim, problemas na captação de receita em publicidade e menor número de usuários monetizáveis foram fatores importantes para as demissões. Os dois cortes tiveram impactos em escritórios no Brasil.