Segunda-feira, 13 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 10 de maio de 2017
Um documento com a assinatura dos parlamentares do PMDB é a estratégia do presidente Michel Temer e seus líderes na Câmara e Senado para obrigar o partido a votar a favor da reforma da Previdência proposta pelo governo. A intenção é fazer com que os peemedebistas fechem questão sobre o assunto para servir de “exemplo” para outros partidos governistas. O instrumento será utilizado para ameaçar deputados e senadores que se ausentarem das votações sem justificativa ou que insistirem em votar contra a reforma. Entre as punições previstas estão a advertência e até a expulsão do PMDB.
O partido do presidente Temer tem as duas maiores bancadas na Câmara e Senado e age para conter e reverter as dissidências. “Vamos fazer isso de forma negociada e sugerir que as outras bancadas que apoiam o governo façam o mesmo”, disse Lelo Coimbra (PMDB-ES), líder da maioria governista na Câmara. Para aprovar a PEC, é necessário apoio de 308 deputados, em duas rodadas de votação. Mas o número ainda não foi alcançado.
Pelo “fechamento de questão”, a cúpula peemedebista argumenta que a medida protege inclusive os deputados que são contra a reforma, que ganham, assim, uma desculpa aos seus eleitores: poderão jogar a culpa no partido e alegar que ficaram em minoria na bancada.
Os mais próximos de Temer pretendem elaborar um texto mais genérico para atrair os dissidentes peemedebistas e evitar queixas de coação. Na votação do texto principal na comissão especial que trata da Previdência, nenhum deputado do PMDB votou contra a reforma. Mas há parlamentares do partido que são contra a reforma nos termos em que se encontra, como os deputados Marcelo Castro (PI) e Celso Pansera (RJ), dois ex-ministros da ex-presidente Dilma.
Oposição
Um pequeno grupo de parlamentares do PMDB no Senado é contra a reforma previdenciária: o líder da bancada, Renan Calheiros (AL), e os senadores Roberto Requião (PR) e Kátia Abreu (TO).