Quinta-feira, 28 de novembro de 2024
Por Ali Klemt | 28 de maio de 2023
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.
O dia a dia é corrido, estamos sempre cumprindo obrigações e tentando alcançar metas. Os boletos não param de chegar, o tempo não para de passar, o dinheiro não para de sair, os prazos não param de estourar…Ufa! que maratona constante é a rotina.
E nessa gincana do cotidiano, acabamos esquecendo de esticar um olhar gentil para o lado. Deixamos de nos preocupar com o entorno, tão imersos que estamos em nosso próprio redemoinho de emoções. E, de certa, forma, está tudo bem – eu sempre digo que precisamos no priorizar antes de querer ajudar ao próximo. Devemos zelar por nós mesmos antes de se preocupar com os demais. E tá tudo certo. É a lógica da máscara de oxigênio no avião: vista a máscara em si mesmo e, só depois, ajude quem estiver ao seu lado. Viva para poder salvar o outro. Simples assim.
Por isso é preciso compreender a grandeza de fazer o bem. Em um mundo açoitado por tristes notícias, crimes horrorosos e más intenções, felizmente há um exército silencioso de almas do bem fazendo a diferença. E eu digo “silencioso” porque impressiona como as boas notícias se espalham muito, muito menos do que as tragédias – é do ser humano repercutir os dramas alheios. Deve ser uma espécie de proteção social: a gente fala sobre um acontecimento lamentável como forma de evitar que ele se replique. A dor ensina mais que o prazer. Há uma consolidação mais rápida na memória quando somos impactados negativamente. Um choque, um castigo, uma dor nos ensinam de forma inarredável. Triste, mas é verdade.
Se o prazer é efêmero e a dor ensina, fazer o bem, contudo, é o que te faz feliz. E ser feliz é o objetivo primordial da existência nesse plano, não é? Ser feliz, amar e evoluir.
Um estudo realizado na Suíça e divulgado na revista Nature comprovou, através de exames de ressonância magnética, que uma área do cérebro ligada à generosidade desencadeou uma resposta em outra região, relacionada à felicidade. Fazer o bem ativa áreas importantes do cérebro, responsáveis pela sensação de prazer e recompensa, ativando o sistema no cérebro que causa a liberação de dopamina. Mais ainda, as pessoas que eram voluntárias em algum projeto são menos esgotadas, menos estressadas e têm uma saúde mental melhor.
Como se não bastasse, fazer o bem também gera os seguintes benefícios:
– Aumento da autoestima e da sensação de satisfação;
– Prática e desenvolvimento da empatia;
– Melhora das competências de trabalho em equipe;
– Aumento e diversificação da socialização;
– Aperfeiçoamento e aprendizado de novas e velhas habilidades;
– Expansão da rede de contatos e das experiências.
O fato é que exercitar uma atitude de gentileza e generosidade promove efeitos positivos em todos os aspectos: para o outro, para o mundo e para si próprio. Deixa o coração “quentinho”, mas também funciona em prol da sua saúde física e mental. E essa informação é essencial, porque, sim, somos todos “egoístas” e buscamos o melhor para as nossas vidas (lembra da máscara de oxigênio?). Ninguém quer apenas se sacrificar – é preciso que qualquer ação que promovamos faça algum sentido. E se esse sentido for bom para o mundo, tanto melhor, não é mesmo?
Portanto, da próxima vez em que pensares que não tem tempo para ajudar uma instituição, fazer uma boa ação, defender uma causa nobre, estender a mão para alguém, pensa que pode ser um dos gestos mais benéficos do universo: você apoia, efetivamente, outra pessoa, faz a roda do amor girar e, de quebra, realiza um enorme gesto de autocuidado consigo mesmo. O resultado? Um mundo melhor, com pessoas emanando energia do bem, e a sua a sua saúde física e emocional ganhando um “plus” de dopamina.
Deixar um rastro de boas ações é um dos mais grandiosos e importantes legados que podemos deixar. A vida é trem-bala, parceiro. Busquemos a alegria de viver e a consolidação do bem como propósito para fazer a diferença no mundo.
Ali Klemt
Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.