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O pré-candidato Jair Bolsonaro afirmou ser “frescura” a controvérsia sobre fotos tiradas ao lado de crianças simulando uma arma

Candidato também abordou em entrevista outros temas polêmicos que cercam sua campanha. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Jair Bolsonaro, que será escolhido neste domingo (22) o nome do PSL ao Planalto, afirmou ser “frescura” a controvérsia sobre fotos tiradas ao lado de crianças simulando uma arma. “Chega de frescura, quando eu era criança brincava de arma o tempo todo. Nas favelas, tem gente de fuzil por todo o lado”, declarou.

O candidato também abordou outros temas polêmicos que cercam sua campanha na primeira entrevista do jornal “O Globo” com candidatos à Presidência. Ele afirmou que irá participar dos debates, mas respondendo apenas aquilo que lhe convir.

Disse acreditar que possível estimular crianças a se tornarem gays e que a declaração dada à deputada Maria do Rosário, de que “não merece ser estuprada, por ser muito feia” foi uma resposta dada “no reflexo”. Além disso, ao ser questionado sobre a agenda do movimento feminista, declarou não saber o que ele quer: “Não vai ter essa preocupação de afro, mulher ou gay. Quero gente que dê conta do recado. Pode ter 14 mulheres até”.

Neste sábado (21), em solenidade de formatura de paraquedistas do Exército na Vila Militar, em Deodoro, no Rio, Bolsonaro criticou a aliança do tucano Geraldo Alckmin com o centrão da Câmara de Deputados. Foi a primeira vez que Bolsonaro fez uma declaração mais dura sobre o concorrente, polarizando com o tucano. “Eu quero cumprimentar o Alckmin. Ele reuniu a nata de tudo que não presta no Brasil ao lado dele”, declarou Bolsonaro.

A advogada Janaína Paschoal, professora de Direito da USP, deve ser anunciada como candidata a vice na chapa de Bolsonaro neste domingo. Janaína se tornou conhecida por ser uma das autoras do parecer que embasou o pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

“Na mão”

Especialistas em definir estratégias, os principais generais da reserva que atuam no jogo eleitoral estão sendo cobrados pelos apoiadores do presidenciável. A crítica é que um erro tático dos oficiais deixou o candidato “na mão” no momento em que mais precisava. Com a recusa do PR de indicar o vice, Bolsonaro buscou os generais Augusto Heleno (PRP) e Hamilton Mourão (PRTB). Mas, em março, os dois não se filiaram ao PSL, desconsiderando que suas legendas barrariam uma aliança com a candidatura do ex-capitão. Em menos de 48 horas, ele ouviu um “não” do PR, comandado pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP), e do nanico PRP.

O ingresso do general Heleno no PRP foi considerada a pior falha estratégica. Ele ignorou o fato de Anthony Garotinho, rival de Bolsonaro no Rio de Janeiro, ser a principal figura da legenda. Em respeito à hierarquia, o ex-capitão Bolsonaro não fará críticas publicas.

 

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