Os preços médios do litro da gasolina e do diesel terminaram a semana em queda, segundo dados divulgados na sexta-feira (27) pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). Para a gasolina, a queda foi de 0,24% no preço médio, passando de R$ 4,50 por litro para R$ 4,489.
O valor representa uma média calculada pela ANP com os dados coletados nos postos, e, portanto, os preços podem variar de acordo com a região. Na mesma semana, a Petrobras elevou o preço da gasolina nas refinarias em R$ 0,01, ou cerca de 0,36%, seguindo sua política de preços que reajusta os valores quase diariamente com o objetivo de acompanhar as cotações internacionais. O repasse ou não para o consumidor final depende dos postos.
No ano, o preço da gasolina para o consumidor final acumula alta de 9,5% – bem acima da inflação esperada para 2018, de 4,11% considerando o ICPA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).
Já o diesel terminou a semana em queda de 0,06%, para R$ 3,378 por litro, em média. Da mesma maneira que ocorre com a gasolina, o valor representa uma média calculada pela ANP, e podem variar em diferentes localidades.
O preço do diesel foi alvo de protestos que culminaram na greve de 21 dias feita pelos caminhoneiros em maio. Desde a véspera dos protestos, o valor médio do diesel calculado pela ANP caiu 6%, ou cerca R$ 0,21. O valor previsto pelo acordo entre o governo e os caminhoneiros para encerrar a paralisação foi de recuo de R$ 0,46. Conforme acordo feito para encerrar a greve, o valor segue congelado nas refinarias.
Etanol e gás de cozinha
A ANP também monitora semanalmente os preços médios do botijão de gás de cozinha e do litro do etanol. O valor do etanol nas bombas teve seu sétimo recuo consecutivo. O preço médio por litro passou de R$ 2,775 para R$ 2,744, o que representa queda de 1,12%. Da mesma forma como ocorre com a gasolina e o diesel, o preço representa uma média calculada pela ANP e pode variar de acordo com a região. No ano, o preço médio do etanol já acumula queda de 5,7%.
Já o preço do botijão de gás de cozinha caiu 0,14% na semana que passou, para a média de R$ 68,58. No ano, há alta acumulada de 1,73%.
Quarto dígito
O sobe e desce no preço dos combustíveis nos postos já é rotina para os motoristas de todo o País. O que passa despercebido na maioria da vezes é o quarto – e misterioso – dígito no preço. O sistema de cálculo do preço do combustível é uma incógnita. Afinal, por que gasolina, etanol, diesel e gás são cobrados com três dígitos após a vírgula, se nossa moeda só tem duas casas?
Isso faz com que os combustíveis sejam os únicos produtos a seguir essa regra em todo o território nacional. A prática é legal, pois a regulamentação para a terceira casa depois da vírgula está presente em uma portaria da ANP criada sob a vigência do Plano Real, em 1994. A portaria ainda prevê que o valor final não pode ser pago da mesma forma. Nesse caso, então, anula-se a última casa. Por exemplo: se o total na bomba somar R$ 120,187, o consumidor irá pagar R$ 120,18. Se o total fosse registrado com duas unidades após a vírgula, o valor seria arredondado para R$ 120,20.
Em nota, a ANP afirma que a principal razão para o sistema de cobrança está no ato de compra dos combustíveis pelos postos revendedores. Quando um revendedor faz a compra, as unidades de medida são diferentes, e manter as três casas decimais evita que os postos obtenham lucro em cima disso: “Quando o revendedor adquire os combustíveis, a negociação é feita em metros cúbicos, enquanto a venda ao consumidor é feita em litros. Para evitar que os revendedores arredondem para cima o preço por litro, ficou estabelecida a obrigatoriedade da apresentação das três casas decimais”.