Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 31 de agosto de 2018
O candidato à Presidência Alvaro Dias (Podemos) decidiu estampar, já no primeiro dia de seu programa no horário eleitoral de rádio e TV, a imagem do juiz da 13.ª Vara Criminal Federal, Sérgio Moro, responsável pela Operação Lava-Jato em primeira instância, além de máscaras do ex-presidente Lula. A ideia é reforçar o compromisso público de apoio à operação, que o candidato tem feito em discursos e entrevistas.
O combate à corrupção, mote da campanha do presidenciável do Podemos nas eleições 2018, vai surgir ainda no slogan “Abre o Olho”, usado por Dias para alertar o eleitorado sobre seus adversários.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), condenado em segunda instância e preso desde abril pela Lava-Jato, surgirá em máscaras usadas por seus apoiadores, com um tom crítico. Nos 40 segundos a que tem direito em cada bloco diário do horário eleitoral em rádio e TV, Alvaro Dias ainda contará parte de sua história de vida, com destaque para a origem simples, na zona rural.
“Nosso objetivo é mostrar o Alvaro como ele é. Ele não é um personagem, a história dele não está sendo construída agora”, diz o marqueteiro Alexandre Oltramari. Segundo ele, as demais inserções ao longo da campanha vão seguir a mesma linha, sempre com o foco no tema corrupção e com críticas direcionadas a Lula e ao PT.
Agronegócio
O candidato do Podemos defendeu a redução da taxa de juros para expandir o crédito rural, a reintegração de posse de terras de forma sumária e a melhoria da infraestrutura do País para o escoamento de safra durante encontro de presidenciáveis realizado na quarta (29), pela CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
Dias elogiou o agronegócio e ressaltou que o superávit comercial brasileiro nos últimos anos vem ocorrendo por causa do desempenho do setor. Sinalizou, ainda, que deve dar mais atenção à agropecuária, caso seja eleito. “Certamente os governos ainda não entenderam o valor e a importância da agricultura”, disse.
Ele citou dados da FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura) para dizer que, com o crescimento da população mundial e a pouca disponibilidade de terras agricultáveis, o Brasil deve ser o responsável por alimentar boa parte da população global nas próximas décadas. “Veja que patrimônio extraordinário temos à nossa disposição”, afirmou.
O candidato falou, ainda, sobre as diversas demandas apresentadas pelo setor. “Se adotarmos uma política com taxas de juros compatíveis com a nossa realidade, o governo não precisaria subsidiar o crédito rural”, falou. Sobre a questão agrária, o candidato do Podemos afirmou que vai “trabalhar para que a reintegração de posse (de terras) ocorra de forma sumária, com o invasor tendo o ônus da prova”, afirmou. “Há pânico hoje na área rural sobre a questão rural, cabe ao governo oferecer segurança. É preciso uma atenção permanente”, disse.
Dias falou ainda sobre questões de logística e infraestrutura e disse que o transporte multimodal é fundamental para melhorar o escoamento da produção.
Já a reforma tributária, segundo ele, deverá ser força motora para o desenvolvimento do País em seu governo. A política, por sua vez, será “a matriz de todas as reformas”. “Esta é a fábrica de chupins da República”, disse, sobre o sistema vigente. Ele também prometeu trabalhar para atrair investimentos estrangeiros ao Brasil. “Investimentos estrangeiros foram expulsos do País pela corrupção e incompetência”, disse. “Precisamos mudar nossa imagem para o mundo. Nos tornamos um país corrupto”, afirmou.
O candidato ainda elogiou a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) e disse que a agência teve um papel fundamental no desenvolvimento tecnológico do País e que deve “retomar esse perfil”. Ele disse ainda que gostaria de ter o juiz Sérgio Moro como seu ministro da Justiça e ter a Operação Lava-Jato como uma espécie de “Tropa de elite do combate à corrupção”.