O pré-candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, não vai fazer alterações na reforma trabalhista aprovada no Brasil. O ex-governador paulista fez a afirmação durante encontro com empresários em Belo Horizonte (MG). “Trabalhei muito por ela”, disse. Ao falar especificamente sobre o imposto sindical obrigatório, ele reafirmou ser contra a cobrança.
Na última sexta-feira, um dia após firmar a aliança com o “Centrão”, o ex-governador publicou, em sua conta no Twitter, que não havia ”plano de trazer de volta a contribuição sindical”. A publicação, inclusive, causou um primeiro atrito entre Alckmin e seus aliados do grupo formado por DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade.
A declaração causou desconforto nos dirigentes do Solidariedade, ligado às centrais sindicais. “Do jeito que Alckmin falou, ficou mal. Não vai colocar nada no lugar do imposto sindical? Conversamos com o deputado Paulinho da Força para não fechar nada com ele por enquanto. Essa informação prejudica mais ainda”, disse o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna.
Contribuições
Como alternativa à contribuição, Alckmin é favorável à proposta do Solidariedade de que convenções de trabalhadores possam criar receitas extraordinárias ou contribuições voluntárias aos sindicatos. “É uma contribuição dentro da razoabilidade. Quem sugeriu nem fui eu, foi o ACM Neto [do DEM]”, explicou Paulinho.
Em relação ao sistema tributário, o tucano afirmou que o ideal é que a carga de impostos seja reduzida paulatinamente. Alckmin disse ser difícil no mundo encontrar países que tenham apenas um imposto, mas que o ideal é também não ter grande número de tributos. “Num país grande como o Brasil, não é fácil. É preciso uma escadinha, para que os impostos sejam reduzidos aos poucos”, avaliou.