Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 30 de junho de 2018
Diante das dificuldades na formação de alianças, o pré-candidato ao Palácio do Planalto Jair Bolsonaro (PSL) apresentou o general do Exército da reserva Augusto Heleno Ribeiro (PRP) como seu vice “momentâneo” para as eleições 2018. Um possível lançamento de uma chapa “puro-sangue” oriunda do setor militar é visto, pelos próprios aliados de Bolsonaro, como uma estratégia de reduzir a tensão no grupo enquanto aguarda uma resposta do PR ao convite para dividir palanque. O partido presidido pelo ex-deputado Valdemar Costa Neto (SP) negocia também com outras legendas.
Um dos conselheiros mais próximos de Bolsonaro, o ex-comandante da Amazônia e das tropas da ONU no Haiti, o general Heleno, de 70 anos, afirma que seu nome é apenas uma “opção” para ajudar o atual momento da campanha. “Não estou pleiteando nem almejando”, afirma. O nome do militar da reserva como opção de vice do candidato do PSL foi divulgado na sexta-feira (29), pela Coluna do Estadão. “Isso é uma possibilidade remota. Nada está acertado, não tenho esse desejo”, ressalta o general.
Heleno tem atuado na interlocução da pré-campanha do PSL com oficiais das Forças Armadas. No início do ano, ele foi apresentado por Bolsonaro como um ministro da Defesa “ideal”. O papel de Heleno na coordenação e na estrutura da campanha não está definido. “Eu faço o que está ao meu alcance para colaborar, aumentar a credibilidade e a confiabilidade da pré-candidatura em alguns setores”, afirma. “Temos atuado para mostrar que não há uma única solução para um país tão complexo”, ressalta. “Já temos muitas discórdias e buscamos mais união entre os brasileiros.”
O grupo de Bolsonaro tenta convencer Valdemar Costa Neto a liberar o senador Magno Malta (ES) para o posto de vice. O próprio Magno Malta, no entanto, teme abandonar a candidatura à reeleição para o Senado. A aliança do PSL com o PR garantiria a Bolsonaro tempo no horário gratuito de TV e a possibilidade de atração de setores evangélicos, avaliam os aliados. O pré-candidato também analisou o nome da professora Janaína Paschoal, uma das autoras do pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. O nome de Janaína seria uma forma do pré-candidato tentar estancar acusações de misoginia.
Aliados de Bolsonaro ressaltam que o nome do general Heleno uniria apoio de integrantes das Forças Armadas, ainda que não agregue outros setores.
A chapa de um ex-capitão e de um general da reserva do Exército ajudaria, na ótica dos articuladores da campanha de Bolsonaro, na formação de uma bancada bolsonarista no Congresso independente da bancada da bala, que reúne hoje mais representantes das polícias. Os militares da reserva das Forças Armadas contam, até o momento com 71 candidatos a deputado estadual e federal. A formação de um grupo forte no Legislativo garantiria espaço político para Bolsonaro numa eventual derrota nas urnas.