Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 3 de julho de 2018
O deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ) teve que se esconder no banheiro na tarde dessa terça para escapar de uma passageira que passou a cercá-lo e a chamá-lo de “lixo” na sala de embarque do aeroporto de Congonhas, em São Paulo.
Quase sempre acompanhado nos terminais por seguidores que o aplaudem, gritam palavras em seu apoio e o seguem fazendo filmes, fotos e selfies, o pré-candidato à Presidência viveu a situação adversa quando se preparava para embarcar num voo da Gol para Brasília. A mulher gritava e chegou a se jogar no chão, preocupando outros passageiros que observavam a cena.
Ela tentou invadir o banheiro dizendo que queria fazer uma pergunta ao candidato. Algumas passageiras tentavam demovê-la, pedindo a outros cuidado ao abordá-la já que a jovem poderia estar alterada. Bolsonaro confirma o episódio.
“A senhora se aproximou, pelo que tudo indica, bastante embriagada, se encostando. Eu saí de perto, é lógico. Ela chegou a cair no chão sozinha”, relata. “Eu lamento, lamento o ocorrido. E lamento que não havia pessoa adequada [seguranças ou funcionários] no aeroporto para resolver o assunto. Até porque, pelo que eu acho, ela não poderia embarcar num estado desses”, disse o candidato à coluna.
Depois da publicação da informação, Bolsonaro divulgou um vídeo sobre o episódio e imagens da mulher que o abordou.
Andanças pelo Brasil
Bolsonaro pegou carona nas críticas a decisões da Segunda Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) no âmbito da Operação Lava-Jato e defendeu a ampliação do número de ministros da Corte. Ele disse que sua ideia seria ampliar para 21 integrantes, para colocar mais dez ministros “do nível do Sérgio Moro”. Bolsonaro propôs também o fim da reeleição para presidente e outros cargos do Executivo, dizendo que daria o “exemplo” de não disputar um novo mandato, caso venha a ser eleito.
A proposta sobre a ampliação do Supremo é de difícil implementação. Seria preciso alterar a Constituição para que a medida seja efetivada. Além disso, cabe sempre ao Senado sabatinar os ministros, podendo até recusar indicações feitas pelo presidente da República.
“Estamos até conversando, porque o Supremo é outra história. Temos até pensado, vamos passar para 21 ministros, se tiver um acordo, para gente colocar lá dez do nível do Sérgio Moro, para poder termos a maioria lá dentro. Pensamos até nisso, porque, pra você como presidente governar com esse Supremo que está aí, está complicado”, disse Bolsonaro.
Questionado diretamente se apresentaria a proposta ao Congresso, respondeu: “Poderia sim. Está na mesa de negociação, se o parlamento topar”. Sobre a reeleição, disse que acabar com o instrumento faz parte de sua proposta de reforma política. “Sobre a reforma política, acaba com a reeleição para nós já”, afirmou.
O presidenciável acredita que não teria problema para aprovar a proposta porque ele já daria o exemplo abrindo mão de um novo mandato. “Eu mesmo dizendo que não quero a reeleição, aí tem tudo pra aprovar”, disse.