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O presidente da Academia do Oscar foi acusado de assédio sexual

O diretor de fotografia John Bailey na sede da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Los Angeles, em 2013. (Foto: Reprodução)

O presidente da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas – organizadora do Oscar –, John Bailey, foi acusado de assédio sexual na última quarta-feira (15) e está sob investigação. De acordo com a revista norte-americana “Variety”, a Academia recebeu três denúncias de abuso. “A Academia trata todas as queixas de forma confidencial para proteger todas as partes”, revelou a organização em nota. As informações são das agências de notícias Ansa e Reuters.

“O Comitê de Membros revê todas as denúncias levantadas contra os integrantes da Academia de acordo com o nosso Código de Conduta e depois que as revisões são completadas, reporta ao Conselho dos Governantes. Nós não comentaremos mais sobre isso até que a revisão seja concluída”, explica o texto.

Se ele renunciar ou for afastado, ele seria substituído temporariamente por Louis Burwell, que é maquiador e vice-presidente. A próxima eleição é em julho.

Bailey já havia dito que, aos 90 anos, a Academia estava se reinventando com programas comprometidos com a inclusão e diversidade numa era de grande conscientização e responsabilidade no equilíbrio de gênero, raça, etnia e religião.

Em dezembro, a Academia lançou seu primeiro código de conduta para seus 8.000 membros e desenvolveu um formulário online para que possam ser apresentadas reclamações de má conduta baseadas em comportamento sexual, gênero, orientação sexual, raça, idade e religião.

De acordo com as regras, reclamantes precisam apresentar provas do comportamento inapropriado e os acusados têm dez dias para responder antes da análise do comitê da Academia.

Bailey é membro da Academia há 14 anos e é cineasta e diretor fotográfico, tendo colaborado com produções de Paul Schrader, Lawrence Kasdan, Michael Apted e Ken Kwapis. O caso surge meses após o cineasta Harvey Weinstein ser acusado de abuso por dezenas de mulheres e expulso da Academia. Além disso, nomes como o de Kevin Spacey e Casey Affleck apareceram no escândalo de assédio de Hollywood. As denúncias ganharam força, principalmente, depois da disseminação do movimento #MeToo nas redes sociais.

Broche

Atores presentes no Oscar 2018 – incluindo Patrick Stewart (o Professor Xavier de “X-Men”), o cineasta Guillermo del Toro (diretor de “A forma da água”) e o ator Richardk Jenkins – apareceram no tapete vermelho usando um broche em apoio a uma campanha contra o assédio sexual e pela igualdade de gênero em Hollywood.

Chamada Time’s Up e criada por Natalie Portman e Meryl Streep, dentre outras, a iniciativa é um fundo de defesa legal que já arrecadou milhões para proporcionar apoio legal subsidiado a mulheres e homens que foram sexualmente assediados, agredidos ou abusados em seu local de trabalho.

Mais de 300 atrizes, roteiristas, diretoras, agentes e outras executivas da indústria do entretenimento fazem parte da iniciativa para enfrentar o assédio sexual generalizado em Hollywood.

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