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O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, defende Bolsonaro após críticas do prefeito de Nova York

"Discordo em muitas coisas do presidente Bolsonaro na agenda de valores, mas não há saída para os nossos desafios sem diálogo e respeito", disse Maia (D). (Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil)

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro após críticas do prefeito de Nova York, Bill de Blasio. O político norte-americano comemorou no Twitter o cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, onde o brasileiro receberia o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos. “O seu ódio não é bem-vindo aqui”, disse Blasio.

Rodrigo Maia respondeu. “O prefeito de NY critica a intolerância de Jair Bolsonaro mas age da mesma forma. Discordo em muitas coisas do presidente Bolsonaro na agenda de valores, mas não há saída para os nossos desafios sem diálogo e respeito”, disse o presidente da Câmara, no Twitter. Horas antes, Bill de Blasio tinha dito que os “nova-iorquinos não fecham os olhos para a opressão” e “nós expusemos sua intolerância”. “Ele [Jair Bolsonaro] correu. Não fiquei surpreso – valentões geralmente não aguentam um soco”, tuitou o prefeito da cidade.

Em outra postagem, ele disse que Bolsonaro ataca os “direitos LGBTQ e seus planos são destrutivos para o nosso planeta”. O comentário de Maia sobre Bolsonaro vem em um momento de melhora no clima entre os chefes da Câmara e do Planalto. Após farpas trocadas publicamente, algumas arestas foram aparadas nas últimas semanas.

No sábado passado, dia 27 de abril, o presidente da República chegou a afirmar que “está namorando Rodrigo Maia” e que ele é “meu parceiro”, após conversarem no aniversário do ministro do Tribunal de Contas da União Walton Alencar Rodrigues. No domingo (28), o presidente recebeu Maia no Palácio do Planalto e ambos trataram da reforma da Previdência, pauta em que os dois estão empenhados.

O cancelamento da viagem de Bolsonaro a Nova York, segundo o porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, se deve a protestos. Ele iria pessoalmente receber o prêmio Pessoa do Ano, organizado pela Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, no próximo dia 14.

Além de críticas de Bill de Blasio, que chegou a chamar Bolsonaro de “ser humano perigoso”, o Museu de História Natural de Nova York havia se recusado a sediar o evento. Ao longo da semana, algumas empresas retiraram o patrocínio à premiação após pressão de ativistas de direitos LGBTQ e ligados a minorias, que pediam boicote à premiação. Algumas empresas decidiram deixar de patrocinar o evento.

“Em face da resistência e dos ataques deliberados do prefeito de Nova York e da pressão de grupos de interesses sobre as instituições que organizam, patrocinam e acolhem em suas instalações o evento anualmente, ficou caracterizada a ideologização da atividade”, disse Rêgo Barros.

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