O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta terça-feira (30) que uma derrota na votação da reforma da Previdência seria ruim para o presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL), e pediu paciência para discussão do projeto. As informações são do jornal Folha de S.Paulo e da Agência Câmara.
“Precipitado é votar qualquer coisa sem voto. Com voto nada é precipitado. Votar qualquer matéria, Previdência ou não para o futuro governo sofrer uma derrota eu acho que é ruim para o governo que entra”, afirmou. “Então vamos ter que ter paciência.”
“Não sei, vamos aguardar para ver qual é o diálogo. Não sei se tem clima na Casa”, afirmou quando questionado se haveria tempo hábil para votar o texto antes do recesso de final de ano.
Ele afirmou que não há reunião marcada ainda com a equipe de transição de Bolsonaro.
Em entrevistas a TVs nesta segunda-feira (29), o presidente eleito afirmou que conversaria com o atual presidente, Michel Temer (MDB), para tentar aprovar “ao menos parte” da reforma previdenciária ainda em 2018.
Nesta terça (30), o assessor econômico de Bolsonaro, Paulo Guedes, que deve ocupar o Ministério da Fazenda, afirmou que a reforma da Previdência deverá ser a primeira ação do governo na economia.
Guedes indicou que pretende apoiar a reforma proposta por Michel Temer, mas pretende ainda avançar em uma mudança para o regime de capitalização (em que os benefícios pagos são resultado da capacidade de poupança do trabalhador).
Líderes partidários na Câmara já afirmaram que é improvável que a reforma avance na Casa neste ano.
Desarmamento
O presidente da Câmara também afirmou que a votação do texto que altera o Estatuto do Desarmamento pode ocorrer ainda neste ano, mas que isso também depende da disposição da Câmara. Ele não marcou prazo para que os parlamentares decidam sobre o tema.
Segundo Maia, a mudança no estatuto vem sendo discutida há muitos meses com a bancada da segurança pública. Rodrigo Maia explicou que há um texto que pode, inclusive, restringir ainda mais o acesso à posse, mas retira o poder discricionário da Polícia Federal de decidir se o cidadão tem ou não a necessidade de ter uma arma. Para Rodrigo Maia, a polêmica maior é sobre a ampliação do porte de armas nas zonas rurais.
“O campo é diferente do meio urbano. Há uma demanda dos produtores rurais. É preciso ver qual a redação para que não se faça algo que seja uma liberalidade, e que dê segurança aos que estão distantes dos centros urbanos”, disse.