Quarta-feira, 15 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2020
O presidente da Confederação Nacional de Saúde, Breno Monteiro, afirmou que seis Estados já vivem situação de colapso até na rede particular no que se refere à disponibilidade de leitos em unidade de terapia intensiva (UTI) devido à pandemia do coronavírus.
Segundo o dirigente da entidade, que representa a iniciativa privada do setor da saúde no País, o problema foi identificado no Amazonas, no Pará, no Ceará, em Pernambuco, no Maranhão e no Rio de Janeiro.
“Nesses seis Estados temos um colapso nos dois sistemas. Contratar leitos de UTI privados, nesses locais, já não é mais uma saída”, disse Monteiro.
Segundo Monteiro, a pandemia da Covid-19 levou a uma necessidade elevada de UTI que nem mesmo a rede privada, acostumada a trabalhar com um nível de ociosidade maior que a do Sistema Único de Saúde, em média, consegue atender.
Ele afirma que ter 90% ou mais de UTI ocupadas, com pacientes disputando leitos que vão sendo vagos, já configura uma situação de colapso, sobretudo em meio à pandemia.
Médico, o presidente da confederação patronal afirma estar vivendo os “piores dias” de sua vida. Ele mora em Belém (PA), um dos locais com estrutura de saúde mais afetados pela Covid-19.
“É muito triste ver as pessoas, ver conhecidos, implorando por leitos, seja na rede pública ou privada”, afirmou Monteiro.
Até a noite dessa quinta-feira (7), o Brasil havia registrado 135.106 casos de Covid-19 e 9.146 óbitos, segundo boletim do Ministério da Saúde.
Os cinco Estados com o maior número de mortes pela Covid-19 são: São Paulo (3.206), Rio de Janeiro (1.394), Ceará (903), Pernambuco (845) e Amazonas (806).
Os cinco com o maior número de casos são: São Paulo (39.928), Rio de Janeiro (14.156), Ceará (13.888), Pernambuco (10.824) e Amazonas (10.099).
Na última quarta (6) o Brasil superou a Bélgica e se tornou o sexto país com mais óbitos no mundo, segundo a Universidade Johns Hopkins (EUA), que monitora dados da pandemia. Os cinco primeiros países com mais óbitos são EUA (75.543), Reino Unido (30.689), Itália (29.958), Espanha (26.070) e França (25.990).
Segundo especialistas, os números reais no Brasil devem ser maiores, já que há baixa oferta de testes no País e subnotificação. Atualmente, o País tem 1.782 mortes em investigação.
Ainda assim, a média de novas mortes confirmadas a cada dia vêm crescendo.
Na última semana, por exemplo, a média diária ficou em torno de 429. Já na semana anterior, era em torno de 238.
Das 610 novas mortes confirmadas nessa quinta, 227 ocorreram nos últimos três dias, e as demais em dias anteriores, situação que chama a atenção para o atraso no diagnóstico no País.