O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse na terça-feira (11) que cidadãos que decidiram fugir do país devido à severa crise econômica estão saindo com os bolsos cheios de dólares, seduzidos por ofertas enganosas que fazem parte de uma campanha internacional contra seu governo.
“Uma característica da imigração venezuelana é que eles saem do país com os bolsos cheios de dólares. O mínimo que levam é US$ 5 mil. Isso é prática. Eles vendem uma moto, um carro. Alguns venderam até seus apartamentos”, disse Maduro em um evento com jovens.
Maduro afirmou que os venezuelanos estão recebendo mensagens por meio das redes sociais que fazem parte de uma campanha que busca “impor uma crise humanitária migratória” para “justificar a intervenção na Venezuela pelas vias militar e política”.
Segundo ele, nas plataformas digitais, os venezuelanos recebem ofertas de “pacotes fraudulentos” com os quais obteriam benefícios econômicos se deixassem o país. E ressaltou que apenas alguns aceitam serem seduzidos pelas mensagens vindas do exterior.
“A grande maioria não. A grande maioria está na Venezuela trabalhando, estudando, lutando. É uma minoria que se deixou seduzir e agora desperta de um pesadelo”, disse o presidente.
Maduro ainda afirmou que todos os venezuelanos que retornaram ao país dentro do programa criado pelo governo, o Volta à Pátria, foram enganados depois de cruzarem a fronteira. “Essas pessoas que retornaram da escravidão voltaram de outro mundo, do capitalismo”, disse Maduro durante o evento.
Segundo dados divulgados pela ONU (Organização das Nações Unidas), 2,3 milhões de venezuelanos fugiram do país desde 2014. A maior parte deles foi para Colômbia, Equador, Peru e Brasil. Eles apontam a falta de alimentos como o principal motivo para fugir da Venezuela.
Impostos
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, pediu aos empresários de seu país que paguem mais impostos, e citou como exemplo os processos por evasão fiscal na Espanha contra Neymar, Cristiano Ronaldo e Lionel Messi.
“Cristiano Ronaldo partiu da Espanha porque o perseguiram por uma diferença que havia entre o imposto pago e o que deveria ter declarado. Até iam meter Cristiano Ronaldo, Messi e Neymar na cadeia”, disse Maduro para industriais que receberam empréstimos do Estado.
“O que peço a vocês é que trabalhem pela Venezuela, que produzam mais arroz, mais carne, mais leite, mais sapatos (…), que respeitem a lei”, declarou Maduro em rede nacional, ao destacar que nos Estados Unidos e na Europa a sonegação fiscal leva à prisão.
Cristiano Ronaldo foi transferido do Real Madri para a Juventus por 100 milhões de euros. Antes de partir do Real Madrid, o craque português fechou um acordo com o fisco espanhol para pagar 18,8 milhões de euros e evitar uma pena de dois anos de prisão.
O argentino Messi, estrela do Barcelona, e Neymar, transferido do Barça para o Paris Saint Germain, passaram por situações semelhantes com o fisco espanhol.
Maduro lançou em 20 de agosto passado um programa para enfrentar a grave crise econômica que afeta a Venezuela, que incluiu a retirada de cinco zeros do bolívar, a elevação dos preços da gasolina e a alta de impostos.