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Brasil O presidente do Banco Central disse que estuda como reduzir os juros do cartão de crédito com associações e lojistas, de forma a mexer no sistema para reduzir distorções e subsídios cruzados

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Presidente do BC defendeu incremento de empréstimos com garantia para reduzir custo do crédito. (Foto: Wilson Dias/ Agência Brasil)

O presidente do BC (Banco Central), Ilan Goldfajn, disse nesta segunda-feira (26), que estuda como reduzir os juros do cartão de crédito com associações e lojistas, de forma a mexer no sistema para reduzir distorções e subsídios cruzados.

“Se coloca que nós queremos acabar com o financiamento ao lojista. De jeito nenhum, disse ele. O que o Banco Central quer é acabar com a ideia de que há algo sem juros, principalmente no Brasil que os juros não são tão pequeninos”, disse.

“Lojista pode parcelar, tudo continua valendo, mas tudo tem custos e isso precisa ser endereçado de alguma forma”, emendou. Goldfajn reforçou que o Banco Central não decidiu ainda o que fazer com o parcelado sem juros do cartão, mas “as soluções não são fáceis”.

O setor de cartões estuda uma alternativa ao parcelamento de juros, como taxas diferenciadas de acordo com o perfil do cliente, mas enfrenta resistência dos lojistas que temem, dentre outros pontos, perder clientes.

Empréstimo com garantia 

O presidente do Banco Central defendeu também o incremento dos empréstimos feitos com garantia para reduzir o custo do crédito no Brasil. Como exemplo, ele citou as hipotecas e o crédito consignado, cuja garantia é o salário de quem toma o empréstimo.

“A queda do custo do crédito depende da universalização das garantias para todos os empréstimos”, afirmou. Em evento na Câmara Espanhola, Goldfajn disse que o custo do crédito no Brasil está em queda. Segundo ele, os juros para o consumidor final caem em velocidade maior do que a taxa básica de juros (Selic), embora o ritmo atual de redução não seja suficiente para devolver toda a alta acumulada durante a crise.

Inflação 

Goldfajn disse ainda que hoje a inflação caminha em direção à meta, devendo chegar aos 4%, 4,2% nos próximos meses. Ele reconheceu que o BC teve sorte com a desinflação dos preços de alimentos, mas disse que não é recomendável combater choques sobre os quais não há controle.

Goldfajn disse que o cenário externo é benigno, mas que o Brasil não pode contar com isso “perpetuamente” e precisa continuar com os ajustes necessários, em referência à reforma da Previdência.

“Não sou banqueiro” 

Goldfajn ouviu críticas da plateia aos juros ainda altos do Brasil arbitrados, disseram, por um Banco Central presidido por um “banqueiro”, e rebateu. “Em primeiro lugar, deixa eu colocar os pingos nos ‘is’. O BC determina a taxa básica da economia e isso não depende da vontade das pessoas”, disse. “Temos que terminar com a ideia de que as coisas são simples e que as pessoas que estão lá são banqueiros. Fui economista-chefe [do Itaú] e vendi todas as minhas ações quando sai”.

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