Domingo, 29 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 2 de agosto de 2024
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, avaliou nessa quinta-feira (1º), que a alíquota do Imposto de Importação para carros elétricos poderia ser “mais severa” e defendeu mais investimentos da China no Brasil. Ele também declarou que o Brasil, por não ter uma capacidade fiscal equivalente aos Estados Unidos, deve usar o crédito com “muita inteligência” em áreas estratégicas.
“Agora nós estamos estabelecendo alíquotas e, se dependesse de mim, as alíquotas seriam mais severas. Cotas foram dadas. Você não pode romper uma relação bilateral, ainda mais com um país amigo como é a China, mas vamos colocar de pé aquela fábrica que vocês [BYD] compraram para entregar um carro sino-brasileiro, com motor híbrido, com etanol”, disse Mercadante, em evento de celebração dos 50 anos de relações diplomáticas entre Brasil e China.
A defesa do governo federal é incentivar a produção de veículos eletrificados no Brasil, atraindo investimentos para o setor. Em julho, o imposto passou de 10% para 18%. A perspectiva é atingir 35% em julho de 2026. As importações de carros elétricos neste ano “cresceram 440%”, declarou Mercadante.
No ano passado, o governo aprovou um cronograma de retomada do imposto de importação de carros elétricos. Um novo aumento do imposto de importação para carros híbridos e elétricos passou a valer em 1º de julho no Brasil. A taxação é de 25% para modelos híbridos, 20% para híbridos plug-in e 18% para carros totalmente elétricos.
Este é o segundo reajuste desde janeiro, quando o imposto de importação, zerado desde 2016, voltou a ser cobrado gradualmente. Anteriormente, a taxa era de 12% para híbridos convencionais e plug-in e 10% para veículos elétricos. Veja abaixo:
“Não nos interessa importar carro elétrico. Isso é um momento passageiro. Nós queremos investimento no Brasil. Queremos que a BYD produza aqui, ônibus elétrico e o carro híbrido”, disse.
A BYD e o governo da Bahia formalizaram em março o processo de compra e venda do terreno onde funcionará a fábrica da montadora chinesa em Camaçari, próximo a Salvador. Mercadante falou da necessidade de “botar de pé” a fábrica quanto antes, para entregar “um carro sinobrasileiro”.
“Os EUA (estão) fazendo um Plano Marshall para se reindustrializar, a Europa segue (com investimento no setor). E nós não temos a mesma capacidade fiscal, então temos que ter muita inteligência para usar o crédito em áreas estratégicas, como é inovação do BNDES, a TR, e o Fundo Clima”, afirmou.