O presidente do Chile, Sebastián Piñera, apresentou uma autodenúncia às autoridades sanitárias após ser criticado por caminhar na praia e tirar foto com cidadãos sem utilizar máscara, cujo uso é obrigatório em locais públicos.
“Ao ser reconhecido pelas pessoas que estavam naquele local, foram solicitadas várias fotos, que ele aceitou sem perceber a necessidade de usar a máscara”, explicou o governo chileno em um breve comunicado. Num fim de semana que foi prolongado por causa de um feriado, Piñera, como muitos chilenos, foi a uma praia a cerca de 100km da capital.
O presidente caminhou pelo balneário de Cachagua, a noroeste da capital, Santiago, sem usar máscara, cujo uso é obrigatório por uma determinação do próprio Poder Executivo para evitar infecções pelo novo coronavírus, que no Chile já contaminou mais de 560 mil pessoas e matou mais de 15 mil desde o início da pandemia.
Enquanto caminhava, tirou fotos com cidadãos, que publicaram as imagens nas redes sociais, gerando polêmica.
“Ontem fui passear na praia, o que não fazia desde o ano passado. A caminhada foi bastante solitária até que algumas pessoas me reconheceram e pediram para tirar uma foto”, contou o presidente nas redes sociais. “Sem dúvida, deveria ter posto a máscara, mas pela rapidez com que os acontecimentos ocorreram, não coloquei e foi um erro, que lamento e [pelo qual] peço desculpa.”
Por isso, Piñera apresentou uma autodenúncia na Secretaria Regional Ministerial (Seremi) “com o objetivo de realizar o procedimento de controle administrativo sanitário correspondente”, segundo a Presidência.
A legislação especial voltada para a prevenção do contágio do novo coronavírus determina que, nas praias, a distância deve ser de, no mínimo, um metro entre as pessoas, podendo ter grupos formados por apenas cinco pessoas.
Além disso, só é autorizado ficar sem máscara “quando [o cidadão] não está se mexendo e está a dois metros ou mais de outras pessoas”, o que não foi cumprido pelo presidente.
No último sábado (12), as autoridades notificaram 1.807 novos casos em todo o país e 64 mortes, totalizando 569.781 infectados e 15.846 óbitos confirmados até o momento.
A quarentena em Santiago restringe a circulação de pessoas, que devem solicitar uma licença à polícia para poderem deixar suas casas durante o fim de semana.
“Vimos como os casos têm aumentado e a diminuição da mobilidade no fim de semana é fundamental para reduzir o número de infecções”, acrescentou a subsecretária de Saúde Pública, Paula Daza. Viagens dentro do país também são proibidas, enquanto centros comerciais, academias, cinemas, teatros e casas noturnas estão fechados.