O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que ele e o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, se “apaixonaram” e que a relação é estimulada pelas “cartas bonitas” que recebe o líder asiático.
Trump elevou no sábado (29) os elogios recentes a Kim a patamares inesperados, durante um comício na Virgínia Ocidental em apoio aos candidatos locais do Partido Republicano. “E então nos apaixonamos, OK? Não, realmente. Ele me escreveu cartas bonitas e elas são ótimas cartas. Nós nos apaixonamos”, disse Trump à multidão.
O presidente americano chamou de “fantástico” na segunda-feira (24), durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, o homem forte da Coreia do Norte, acusado pela ONU (Organização das Nações Unidas) e vários países de abusos generalizados contra os direitos humanos. No ano passado, na mesma plataforma, Trump havia feito duras críticas a Kim Jong-un.
Trump prosseguiu seu discurso com a informação de que na quarta-feira recebeu uma “carta extraordinária” de Kim e se mostrou otimista sobre um eventual segundo encontro de cúpula entre os dois líderes “bastante rápido”.
O presidente americano ameaçou no ano passado, em seu discurso de estreia na Assembleia Geral da ONU, “destruir totalmente” a Coreia do Norte, em um discurso no qual chamou Kim de “homem foguete”. O líder norte-coreano respondeu e chamou Trump de “americano velho mentalmente perturbado”. Estes foram apenas alguns dos insultos que os líderes de dois países com armas nucleares trocaram por alguns meses, uma situação que deixou o mundo em clima de grande tensão.
Depois que a imprensa americana informou em agosto do ano passado que Pyongyang havia conseguido miniaturizar com sucesso uma ogiva nuclear para instalar a arma em um míssil, Trump advertiu a Coreia do Norte que não ameaçasse os Estados Unidos ou enfrentaria “fogo e fúria como o mundo nunca viu”.
Kim já havia comparado os comentários de Trump aos latidos de um “cão raivoso”. O americano respondeu e chamou o norte-coreano de “cão doente”. Mas o cenário mudou e os dois se reuniram em Singapura em junho deste ano, no primeiro encontro de cúpula entre os dois países.
Venezuela
Logo após iniciar uma reunião na Casa Branca com o seu colega chileno Sebastián Piñera, Donald Trump, chamou a Venezuela de “um desastre que precisa de uma limpeza”. “Vamos falar da Venezuela, dentre muitos outros assuntos”, disse o polêmico líder republicano, diante dos repórteres, enquanto cumprimentava o representante de Santiago. “A Venezuela é um desastre. Precisa de uma limpeza e as pessoas de lá têm que ser cuidadas”.
Na semana passada, durante a Assembleia-Geral da ONU, em Nova York, Trump declarou que “todas as opções estão na mesa, incluindo as mais fortes e as menos fortes”, para em seguida completar, em tom irônico e ao mesmo tempo ameaçador: “E vocês já sabem o que eu quero dizer com força”. Ele se referia, de forma velada, a uma eventual intervenção militar para retirar o presidente Nicolás Maduro do poder.
Após a reunião com Trump, Piñera declarou em Washington que “há um diagnóstico muito compartilhado” sobre o fato de a Venezuela não ser uma democracia e que detalhou ao líder americano as iniciativas do Grupo de Lima para agir “dentro do marco do direito internacional”.