O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou que se “endureça” os vetos a cidadãos estrangeiros depois de ser divulgado que o autor do atentado que deixou oito mortos e mais de dez feridos em Nova York é um imigrante do Uzbequistão. Ele afirmou que irá encerrar a “loteria de vistos” no país e defendeu que as autorizações de permanência no país sejam concedidas por “mérito”. “Estou iniciando o processo para terminar o programa de loteria de diversidade. Vou pedir ao Congresso para iniciar imediatamente os trabalhos para acabar com esse programa”, disse.
“Acabo de ordenar ao Departamento de Segurança Nacional que endureça nosso programa de vetos, que já é extremo. Ser politicamente correto é bom, mas não para isto!”, afirmou o presidente, em uma mensagem no Twitter.
Trump não especificou qual programa a que ele se referia na sua postagem, nem as medidas ordenadas para seu endurecimento. A Casa Branca também não deu explicações sobre esse anúncio. Pouco antes, o presidente dos EUA tinha se referido ao EI (Estado Islâmico) em outra mensagem, apesar de o grupo terrorista não ter reivindicado, por enquanto, o ataque em Nova York.
“Não devemos permitir que o Estado Islâmico volte ou entre em nosso país depois de derrotá-los no Oriente Médio e em outros lugares”, afirmou Trump. O autor do atentado terrorista no Sul da ilha de Manhattan foi identificado como Sayfullo Saipov, um imigrante uzbeque de 29 anos.
Segundo a ABC, Saipov chegou aos Estados Unidos há sete anos, beneficiado por um programa que oferece uma loteria de vistos e é acessado por países que têm poucos imigrantes nos EUA. De acordo com o depoimento de pessoas que estavam no local do ataque, o autor gritou “Alá é grande”, em árabe, quando saiu do veículo depois de bater contra um ônibus escolar, após atropelar várias pessoas.
Prefeito
O prefeito Bill de Blasio classificou o caso como um “ato covarde de terror”. Já o governador Andrew Cuomo afirmou que não há evidências de um plano maior. O suspeito saiu da caminhonete que dirigia com uma arma de paintball e outra de ar comprimido, sendo em seguida alvejado pela polícia e detido.
O Uzbequistão se comprometeu nesta quarta-feira (1°) a cooperar na investigação sobre o atentado com a caminhonete em Nova York. “O Uzbequistão está disposto a usar todas as suas forças e recursos para ajudar na investigação sobre este ato terrorista”, afirmou o presidente do país asiático Chavkat Mirzioyev, citado em um comunicado do Ministério das Relações Exteriores.
“A tragédia que aconteceu confirma de novo a necessidade de unir os esforços de toda a comunidade internacional na luta contra este desafio de nossa época”, completou Mirzioiev, que ofereceu pêsames ao presidente americano e às famílias das vítimas. O Uzbequistão, uma ex-república soviética de maioria muçulmana, tem centenas de cidadãos lutando em grupos jihadistas no Iraque e Síria, segundo estimativas dos serviços de segurança russos.