Domingo, 19 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 20 de janeiro de 2018
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, chamou a legislação norte-americana sobre aborto de uma das mais permissivas do mundo, num discurso para ativistas antiaborto durante a anual Marcha pela Vida, e prometeu que o seu governo iria sempre defender “o direito à vida”.
O discurso do presidente republicano, transmitido da Casa Branca por um link de vídeo para milhares de pessoas reunidas no National Mall em Washington, mostra a sua mudança nos últimos anos de um apoiador do acesso ao aborto para um poderoso opositor.
“Como vocês sabem, Roe versus Wade resultou em uma das legislações mais permissivas sobre aborto em qualquer lugar do mundo”, afirmou ele, criticando a decisão da Suprema Corte em 1973 que confirmou o direito da mulher a um aborto na maioria dos estágios da gravidez.
Trump disse que os Estados Unidos são “um dos somente sete países que permitem abortos voluntários tardios”, mencionando a China e a Coreia do Norte. “Isso é errado. Isso tem que mudar.”
Os outros países que permitem abortos voluntários depois de 20 semanas são Canadá, Holanda, Cingapura e Vietnã, segundo o Instituto Charlotte Lozier, um centro de pesquisa antiaborto.
Trump citou algumas das medidas antiaborto que seu governo tomou, incluindo um anúncio mais cedo pelo Departamento de Saúde. A agência disse que estava revogando a norma do governo Barack Obama que buscava desencorajar Estados de tentar retirar os fundos de organizações que fornecessem serviços de aborto.
Uma matéria publicada pelo “New York Times” na ocasião, o Dr. Aaron B. Caughey, chefe de obstetrícia e ginecologia da Universidade de Saúde e Ciência de Oregon, explicou que, nos raros casos em que situações do tipo acontecem a partir das 38 semanas de gestação, são induzidos nascimentos.
Dos 50 estados americanos, 43 têm leis que estabelecem limites para a realização de um aborto, a maioria deles ao redor de 22 semanas no máximo.
De acordo com o “Usa Today”, mais de 90% dos abortos realizados nos Estados Unidos acontecem nas 13 primeiras semanas de gestação. Em dados de 2011, apenas 1,3% tinham sido realizados após a 21º semana, considerada a metade da gravidez. A maioria desses casos correspondia a fetos com graves defeitos congênitos ou situações em que a vida da mãe corria risco.