Na tarde dessa quarta-feira, o presidente eleito Jair Bolsonaro deixou a primeira reunião com a sua equipe completa de futuros ministros, na Granja do Torto, sem falar com a imprensa. Acompanhado de um forte esquema de segurança, ele se dirigiu para a Base Aérea de Brasília, onde embarcou no início da noite para o Rio de Janeiro, onde costuma passar os dias quando não está na Capital federal.
Além do futuro chefe do Executivo federal, nenhum dos integrantes do futuro governo atendeu os pedidos de entrevistas após encontro, cujo objetivo seria discutir a organização e as metas de cada pasta. Com duração de mais de sete horas, a reunião foi a primeira desde que Bolsonaro finalizou todas as indicações para os principais cargos de primeiro escalão.
Dentre os presentes estavam Sérgio Moro (Segurança), Onyx Lorenzoni (Casa Civil), general Santos Cruz (Secretaria de Governo), general Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Gustavo Bebianno (Secretaria-geral), Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos) e Osmar Terra (Saúde). O vice-presidente eleito, ex-general Hamilton Mourão, também participou.
Eles não comentaram nem mesmo o fato mais polêmico do dia: a decisão do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Marco Aurélio Mello de revogar a possibilidade de prisão em segundo instância. A medida, que poderia resultar na soltura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de outros presos da Operação Lava-Jato, acabaria sendo derrubada horas depois por uma liminar do presidente da Corte, Dias Toffoli.
Fora do encontro, porém, o futuro ministro Osmar Terra (Cidadania) – que havia saído mais cedo da reunião – se manifestar em sua conta no Twitter. Ele criticou a decisão de Marco Aurélio, mas depois apagou a publicação. “Respeito a decisão do Ministro Marco Aurélio. Mas as consequências dela serão trágicas para a credibilidade da Justiça brasileira e para a luta contra a corrupção!!”, escreveu o deputado federal eleito pelo MDB-RS.
Outro que foi a público para dar o seu recado foi o vice-presidente eleito, ex-general Hamilton Mourão (PRTB). Sem indicar os assuntos debatidos ou outros aspectos mais detalhados do encontro, ele também recorreu ao Twitter para elogiar a primeira reunião ministerial do futuro governo de Bolsonaro:
“Imensamente proveitosa a reunião de hoje, quando foram apresentadas as primeiras ações de cada ministério do novo governo, a partir de janeiro de 2019”, postou na rede social o militar da reserva. Nas fotos da reunião divulgadas pela assessoria de transição, ele aparece ao lado de Bolsonaro.