Quarta-feira, 18 de dezembro de 2024
Por Redação O Sul | 26 de dezembro de 2022
O presidente francês, Emmanuel Macron, prepara uma visita de Estado ao Brasil. Ele será um dos primeiros líderes mundiais a ser recebido pelo presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva, em Brasília (DF), para negociações bilaterais no ano que vem.
A agenda e a data da visita ainda não foram fechadas, mas é certo que Macron pisará em solo brasileiro no primeiro semestre, conforme diplomatas envolvidos nos preparativos. A ideia era que a viagem fosse realizada em março, logo após o Carnaval, mas a visita de Estado foi postergada pela presidência francesa nos últimos dias.
Antes de Macron, a ministra dos Negócios Estrangeiros da França, Catherine Colonna, virá ao Brasil em fevereiro para cumprir agendas e preparar a viagem do presidente francês. Nenhum dos dois irá à posse de Lula, em 1º de janeiro. O provável representante de Paris será um auxiliar direto da chanceler francesa, o ministro-delegado Oliver Becht, responsável pelo Comércio Exterior, Atratividade e Franceses no Exterior.
O presidente francês conhece pouco da América do Sul. Antes do Brasil, esteve na Argentina, para a cúpula do G20, e na Guiana Francesa. Será a terceira viagem dele à região.
A França é um dos principais parceiros comerciais do Brasil na Europa. O país europeu lidera como o maior empregador estrangeiro e o terceiro que mais investe em território brasileiro. Além disso, os países desenvolveram parcerias estratégicas no setor de Defesa. Há tecnologia francesa em uso nas Forças Armadas brasileiras, com equipamentos do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
“Inimigo externo”
A despeito dessa relação diversa, que passa por setores culturais, esporte e academia, Macron virou “inimigo” político externo no governo Jair Bolsonaro. Eles só conversaram presencialmente uma vez. O presidente brasileiro e seu ministro da Economia, Paulo Guedes, proferiram opiniões ofensivas sobre a aparência da primeira-dama francesa, Brigitte Macron. Guedes chegou a dizer que a França estava se tornando “irrelevante” para o Brasil e disse que iria “ligar o f…-se” para Paris se não fosse bem tratado.
O relacionamento com o petista é inverso. Macron foi um dos primeiros a cumprimentar Lula pela vitória e disse que deveriam unir forças.