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O presidente Michel Temer afastou a alternativa de renúncia e reforçou a tropa de advogados para uma guerra

Temer determinou que sua base acelere a substituição de integrantes da CCJ que tendem a votar contra ele. (Foto: Divulgação)

O cenário do desfecho da crise política em um prazo mais curto fica mais distante à medida que os fatos se sucedem. O presidente Michel Temer afastou a alternativa da renúncia, cavou trincheiras no Planalto e no Jaburu, reforçou a tropa de advogados e auxiliares, preparando-se para uma guerra de desgaste.

A perspectiva é de um período de escaramuças. Do julgamento no TSE, em curso, Temer pode sair fortalecido se a Corte absolvê-lo — resta saber como, diante da jurisprudência e das provas de irrigação de dinheiro ilegal da chapa que compôs com Dilma Rousseff. Mas, ainda assim, haverá a denúncia contra ele, por parte da Procuradoria-Geral da República, a ser encaminhada ao Supremo e, por este, à Câmara, onde Temer necessitará de no mínimo 171 votos, para impedir a abertura de processo na Corte. Seriam tempos de desgastes e mais incertezas. E se o presidente for cassado pela Justiça eleitoral, ele recorrerá ao Supremo, já avisou.

Ainda é cedo para interpretações mais seguras, porém mercados têm dado sinais positivos, independentemente do turbilhão político. Há estatísticas positivas geradas antes do agravamento da crise, que podem não se repetir, mas sem inverter o sinal para negativo.

Na última reunião do Conselho de Política Monetária, composto pela diretoria do Banco Central, na semana passada, os juros básicos foram cortados em um ponto percentual, quando se esperava algo mais. Na ata da reunião, divulgada terça-feira, a cautela é justificada pelo “aumento da incerteza” sobre o andamento das reformas.

Mas não houve nenhuma alteração importante nas projeções para este ano. O Copom reduziu os juros de 11,25% para 10,25% — e não os 10% em que apostava —, mas as estimativas do mercado estão em 8,5%. Enquanto a inflação, também para este ano, segundo departamentos de análises de instituições financeiras, se mantém abaixo da meta de 4,5%. (AG)

 

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