Sexta-feira, 25 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2018
O presidente Michel Temer cedeu novamente aos caminhoneiros autônomos e recuou da adoção de nova tabela mínima do frete. Em reunião com representantes da categoria, o ministro dos Transportes, Valter Casimiro, informou que a medida será revogada e marcou novo encontro para discutir a formulação de uma nova tabela.
“Essa nova resolução trouxe algumas questões que precisam ser revistas e foi uma resolução do Ministério dos Transportes que a gente torne essa nova resolução sem efeito”, disse o ministro, em vídeo divulgado pelas entidades dos caminhoneiros.
O governo federal cedeu à pressão da categoria contra o fato de a nova tabela ter trazido, em média, uma redução de 20% do preço médio em relação primeira tabela, uma reivindicação que vinha sendo feita sobretudo pelo setor do agronegócio.
Além dos caminhoneiros, o setor privado tem se articulado para derrubar a tabela de preço mínimo no Congresso Nacional ou no Poder Judiciário. As empresas de transporte não querem pagar a conta de um expressivo aumento do custo do frete rodoviário.
A ideia do Palácio do Planalto, ao publicar uma nova versão da medida, era acalmar tanto o setor produtivo quanto o setor de transporte para que uma nova medida fosse formulada, com a participação de ambos, em audiências públicas convocadas pela ANTT (Agência Nacional dos Transportes Terrestres).
A estratégia, contudo, não teve êxito e acabou criando uma nova crise governamental. A CNI (Confederação Nacional da Indústria) e a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) passaram a estudar ações judiciais contra a medida.
Nova tabela
Na tentativa de agradar tanto o agronegócio como os caminhoneiros, a nova tabela mínima do frete anunciada pelo governo federal teria, em média, uma redução de 20% do preço médio em relação à tabela anterior.
A nova tabela foi publicada na quinta-feira (7) no site da Agência Nacional dos Transportes Terrestres e teria validade imediata.
O ministro dos Transportes, Valter Casimiro, havia dito que tinha sido possível chegar ao novo patamar por uma mudança na metodologia, que passaria a considerar caminhões de diferentes eixos.
“A nova tabela conseguiu normalizar o valor do frete próximo ao que já havia sido aplicado no mercado”, disse ao defender o modelo. “Ela preserva os contratos já assinados e corrige a distribuição do custo por eixo dos veículos”, acrescentou.
A tabela, segundo o ministro, teria sido apresentada e tido a aprovação tanto das empresas de transporte de setores como do agronegócio e de combustíveis como de representantes de caminhoneiros autônomos. “Em média, foi de aproximadamente 20% do que estava colocado na tabela anterior. Os contratos já assinados de frete não seguem a nova tabela, porque não podemos retroagir”, disse o ministro sobre a nova tabela, agora revogada.