O presidente Michel Temer disse que não é candidato à reeleição e que, quando deixar o Planalto, vai seguir carreira de jurista. As declarações do peemedebista foram feitas ao apresentador Amaury Jr., em entrevista que vai ao ar no dia 27, às 23h30min. O programa é a estreia de Amaury na Band.
O tom da conversa, segundo Amaury, foi pessoal. “Fiz uma entrevista focando o homem Michel Temer”, disse. Os dois tomaram café da manhã juntos e depois percorreram todas as dependências do Palácio da Alvorada – área residencial da Presidência, mas que Temer não ocupa por considerar o Jaburu, da vice-Presidência, mais “intimista”.
Apesar de política não ser o foco, Temer aproveitou o espaço para defender a reforma da Previdência e falar sobre fake news. Segundo o presidente, além dele, a própria primeira-dama, Marcela Temer, também foi muito afetada pelas mentiras veiculadas como notícia.
Na seara de pessoalidades, o presidente listou ainda ainda o drink predileto e até a sex symbol do cinema: a atriz italiana Gina Lollobrigida. Leitor voraz, Temer disse que chega a acordar às 4 da manhã para ler, e contou o atual livro de cabeceira: “Homo Deus: Uma Breve História do Amanhã” , do autor israelense Yuval Harari.
Aliados
Mesmo cotado como o presidente mais impopular do mundo em outubro do ano passado pela consultoria de análise de risco Eurasia, volta e meia o presidente Michel Temer se vê no centro de especulações acerca de uma possível candidatura à reeleição.
Em um cenário de indefinição da candidatura governista de centro, aliados do emedebista defendem que uma esperada recuperação da economia neste ano poderá impulsionar seu nome para mais um mandato, a despeito do desgaste sofrido com as denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República e rejeitadas pelo plenário da Câmara dos Deputados.
Conforme pontuou a coluna Expresso, do site da revista Época, o presidente acreditaria que as movimentações recentes do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, seriam inúteis. Isso porque ambos dependem de uma recuperação econômica para viabilizar suas possíveis candidaturas. E, caso essa situação se confirme, não haveria impedimentos ao próprio Temer participar da disputa.
Além disso, em que pese o elevado índice de rejeição, o emedebista tem algumas cartas na manga que poderiam ser testadas. A primeira delas, o benefício de um prazo mais elástico para lançar candidatura, fixado em junho. Outra seria o próprio controle da máquina pública. Em um pleito com perspectiva de poucos recursos, devido à exclusão do financiamento empresarial de campanha, tal posição privilegiada pode fazer a diferença.
Com as chances reduzidas de aprovação da reforma previdenciária, o ambiente para uma candidatura do emedebista torna-se ainda mais improvável. Para o analista político Ricardo Ribeiro, da MCM Consultores, a narrativa de que uma melhora na economia beneficiaria mais Temer do que uma eventual candidatura de Meirelles ou até Maia é discutível.