Terça-feira, 29 de abril de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
18°
Fair

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O presidente Michel Temer sanciona a lei que permite à Justiça Militar julgar os crimes contra civis cometidos em atividades militares

Compartilhe esta notícia:

Atualmente, esses crimes são julgados pela Justiça comum. (Foto: Valter Campanato/Agência Brasil)

O presidente Michel Temer sancionou um projeto de lei aprovado pelo Congresso que estabelece a Justiça Militar como o foro para julgamento de eventuais crimes cometidos por militares contra civis durante operações como o emprego de militares na segurança pública do Rio de Janeiro. Atualmente, esses crimes são julgados pela Justiça comum.

As regras que o projeto estabelece valem para o caso de homicídios dolosos (com a intenção de matar) e outros crimes dolosos contra a vida, como tentativa de homicídio.

Pelo projeto, as regras valem para as seguintes situações:

operações de paz e de garantia da lei e da ordem (GLO);

cumprimento de tarefas estabelecidas pelo presidente da República ou pelo ministro da Defesa;

ação que envolva a segurança de instituição militar ou de missão militar.

O militar das Forças Armadas que não estiver em operação militar e que praticar um homicídio de um civil continuará a ser julgado pela Justiça Comum. Isso não foi modificado pela proposta. Segundo afirmou o autor, deputado Espiridião Amin (PP-SC), na justificativa do projeto, a legislação atual não faz uma alusão expressa à atuação dos militares em operações como a de garantia da lei e da ordem. Segundo Amin, isso pode levar homens das Forças Armadas que matem um civil em operação a ser julgados na Justiça Comum.

“Não havendo expressa alusão à atuação dos militares no contexto de operações de GLO, e não havendo um consenso acerca da natureza dessas ações, corre-se o risco de não ser-lhes assegurada a proteção e a segurança jurídica que o diploma legal busca conferir”, afirmou Amin.

O militar das Forças Armadas que não estiver em operação militar e que praticar um homicídio de um civil continuará a ser julgado pela Justiça Comum. Isso não foi modificado pela proposta.

Texto foi pensado para as Olimpíadas

Originalmente, o projeto trazia um trecho que dizia que as mudanças valeriam até dezembro de 2016. A intenção do autor era que as regras estivessem em vigor durante o período das Olimpíadas do Rio, mas o projeto não avançou no ano passado.

Por isso, foi vetado o artigo que trazia o prazo para a vigência da lei, tornando a regra permanente. Diz o trecho para as razões do veto: “As hipóteses que justificam a competência da Justiça Militar da União, incluídas as estabelecidas pelo projeto sob sanção, não devem ser de caráter transitório, sob pena de comprometer a segurança jurídica. Ademais, o emprego recorrente das Forças Armadas como último recurso estatal em ações de segurança pública justifica a existência de uma norma permanente a regular a questão. Por fim, não se configura adequado estabelecer-se competência de tribunal com limitação temporal, sob pena de se poder interpretar a medida como o estabelecimento de um tribunal de exceção, vedado pelo artigo 5º, inciso XXXVII da Constituição”.

Crítica ao projeto

Em nota técnica enviada ao Congresso, o Ministério Público Federal se posicionou contrário à proposta em setembro. O órgão considera a medida “inconstitucional”.

Na avaliação do Ministério Público Federal, o projeto extrapola a competência da Justiça Militar estabelecida pela legislação. Além disso, para o órgão, a medida contraria a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal e posições firmadas pela Comissão de Direitos Humanos da Nações Unidas, que definem a atuação da Justiça Militar apenas para o julgamento de casos que envolvam ofensa às instituições militares.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Entidades pedem que o presidente Michel Temer vete o projeto que muda a Lei Maria da Penha
Metade da população se sente mal no horário de verão, revelou uma pesquisa
https://www.osul.com.br/o-presidente-michel-temer-sanciona-lei-que-permite-justica-militar-julgar-os-crimes-contra-civis-cometidos-em-atividades-militares/ O presidente Michel Temer sanciona a lei que permite à Justiça Militar julgar os crimes contra civis cometidos em atividades militares 2017-10-16
Deixe seu comentário
Pode te interessar