Após passar por um procedimento cirúrgico, o segundo em dois meses, o presidente Michel Temer terá de usar uma sonda na uretra por um período de duas a três semanas, informou na quinta-feira (14) a equipe médica do peemedebista. O Palácio do Planalto afirmou que o presidente teve alta nesta sexta-feira (15) do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, mas, por recomendação médica, terá de adiar a viagem que faria à Ásia em janeiro.
A previsão inicial era de que Temer teria alta ainda na quinta-feira, mas o Planalto ressaltou que a recuperação poderia levar até 48 horas. A equipe médica informou, em entrevista coletiva, que a permanência do presidente no hospital ocorreu por segurança. Em nota, a assessoria de Temer afirmou que os médicos que o acompanham avaliaram que ele tem tido “boa recuperação” após uma cirurgia de baixo risco para corrigir um “estreitamento uretral”.
Segundo os médicos Roberto Kalil Filho e Miguel Srougi, responsáveis pela cirurgia, a permanência por mais tempo de Temer no hospital foi requisitada como medida de precaução. Como toma remédios anticoagulantes desde antes de ser submetido à angioplastia, no mês passado, Temer está com o sangue mais fino e corre maior risco de passar por sangramentos, que são ocorrências típicas justamente da cirurgia à qual ele se submeteu. Kalil e Srougi reiteraram que Temer é um paciente saudável, mas que, por causa da sonda, foi orientado a adiar a viagem a quatro países da Ásia, programada para o início de janeiro.
Internações
Essa foi a terceira internação do presidente nos últimos três meses. Em outubro, Temer passou pelo procedimento de raspagem da uretra após sentir desconforto ao urinar. No fim de novembro, foi submetido à angioplastia de três artérias coronárias com implante de stent – um tubo minúsculo e expansível – colocado na artéria para melhorar o fluxo sanguíneo para o coração.
Na quinta, por causa do procedimento em São Paulo, o presidente adiou os compromissos que tinha na agenda em Brasília. Entre eles estava a cerimônia de posse do novo ministro da Secretaria de Governo, deputado Carlos Marun (PMDB-MS). O evento foi reprogramado para esta sexta-feira, segundo a assessoria de Marun.
Reforma da Previdência
O vaivém hospitalar fez o presidente suspender a reunião que faria na quinta-feira para definir a data da votação da reforma previdenciária. Com a permanência em São Paulo, Temer pretende realizar a reunião com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), até segunda-feira (18).
Ela vai depender, contudo, da mudança da agenda de Eunício, que programa viagem ao exterior em seguida. A ideia ainda é que após o encontro, o peemedebista faça um pronunciamento no Palácio do Planalto para anunciar o adiamento da votação para fevereiro, estabelecendo uma data no ano que vem. Para afinar o discurso e fechar a data, o ministro Eliseu Padilha (Casa Civil) reuniu-se, na manhã de quinta-feira, com Maia e com o relator da reforma, Arthur Maia (PPS-BA).