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Apesar dos esforços do presidente Michel Temer para aumentar a popularidade, o seu governo é reprovado por 70% dos brasileiros

População dá nota 2,7 para o governo; gestão ganhou zero de 41% dos entrevistados do Datafolha. (Foto: Reprodução)

Apesar dos esforços do presidente Michel Temer (MDB) para aumentar a popularidade, seu governo é reprovado por 70% dos brasileiros, segundo pesquisa do Datafolha. A gestão é ruim ou péssima para 70% da população, mesmo índice registrado no levantamento anterior, do fim de janeiro. Os percentuais de regular (23%) e ótima ou boa (6%) também se mantiveram estáveis.

Nos primeiros meses deste ano, o presidente tentou melhorar sua imagem – até se lançou pré-candidato à reeleição, gesto visto como tática para se manter sob os holofotes no período eleitoral –, mas as taxas do governo não mudaram. O emedebista alcança 2% das intenções de voto, segundo o instituto.

​Em janeiro, Temer disse que não vai concluir seu mandato com a pecha de um “sujeito que incorreu em falcatruas”. Em março, dois de seus melhores amigos foram presos, numa investigação que apura irregularidades envolvendo o porto de Santos e um decreto do presidente para o setor portuário.

Também em janeiro, Temer foi ao programa de Silvio Santos, no SBT, defender a controversa reforma da Previdência. Em fevereiro, a votação das novas regras de aposentadoria foi suspensa, e o governo federal decidiu fazer a intervenção na segurança pública do Rio.

O presidente afirmou no início do ano que parte da rejeição ao seu mandato acontece porque as pessoas “não vão com a sua cara” e pediu que os eleitores façam uma “análise fria” de sua gestão. A pesquisa foi feita entre os dias 11 e 13 de abril, após um ano e 11 meses de Temer no cargo. O Datafolha ouviu 4.194 pessoas em 227 municípios do País.​

A nota média do governo subiu levemente em relação a janeiro: foi de 2,6 para 2,7. A gestão ganhou nota zero de 41% dos entrevistados; 2% deram a avaliação máxima (dez pontos). A pesquisa mostrou ainda que a corrupção voltou a ser apontada como o principal problema do país – é citada por 21%. Seis meses antes, saúde liderava, com 25%.

Reforma ministerial

O presidente Michel Temer não conseguiu usar a reforma ministerial para amarrar os partidos de sua base aliada ao projeto eleitoral do MDB. Fragilizado após a Operação Lava-Jato atingir amigos próximos e trazer de volta o risco de uma terceira denúncia pela PGR (Procuradoria-Geral da República), Temer preferiu manter no governo partidos que lançaram pré-candidatos ou que já anunciaram apoio a outros presidenciáveis.

Sem o compromisso da base e sem muito a oferecer na reta final do governo, o presidente deu início, nas últimas semanas, à ofensiva para tentar atrair esses partidos para sua órbita eleitoral. O emedebista passou a reunir presidentes dessas legendas para conversas sobre eleições e fez questão de prestigiar jantares partidários para comemorar a entrada de novos filiados.

Na terça-feira passada, dia 10, Temer chamou o presidente do PRB, o ex-ministro Marcos Pereira, para sondar a possibilidade de o partido apoiar o projeto do MDB, seja ele próprio o candidato ou o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. Não teve sucesso. O PRB manteve o comando do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior mesmo após lançar o empresário Flávio Rocha, dono das lojas Riachuelo, como pré-candidato à Presidência.

No mesmo dia, Temer participou de jantar do PR para saudar os novos deputados do partido. No encontro, cumprimentou os parlamentares um a um e discursou por 15 minutos, enaltecendo a aliança com a sigla, que ocupa o Ministério dos Transportes desde início do governo.

O PR passou a ser um dos partidos mais procurados por presidenciáveis após a condenação e prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O partido anunciou que, caso o ex-presidente consiga uma liminar para ser candidato, a sigla estará junto com o petista no pleito.

Na semana anterior, Temer já tinha participado de jantar na casa do presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI). O PP tem dado suporte à pré-candidatura do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ).

Enquanto a eleição não chega, Temer precisa de apoio da base aliada para aprovar matérias econômicas importantes no Congresso, entre elas, a privatização da Eletrobras e a reoneração da folha de pagamento. Enquanto isso, Meirelles deu início a uma agenda de viagens pelo País para tentar emplacar sua pré-candidatura.

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