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Brasil O próximo governo não tem alternativa e vai ter que fazer as reformas, disse o economista-chefe do Santander

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Viúvas de união estável vão precisar de documentos recentes para conseguir o benefício. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O economista-chefe do banco Santander, Maurício Molan, tem certeza de que o próximo presidente vai endereçar as principais questões fiscais da economia brasileira. Sem as reformas, avalia Molan, haverá um aumento de desconfiança com o Brasil e, dessa forma, uma piora da situação econômica do País. “Se não fizer as reformas, o País vai entrar numa espiral de desconfiança. Nenhum governo em início de mandato vai querer esse cenário. Haverá o ajuste de uma forma ou de outra”, afirmou Molan em entrevista.

O Santander era uma das instituições mais otimistas com a economia brasileira neste ano. Previa crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,2%, mas reduziu a projeção de alta para apenas 2% com os dados do primeiro trimestre e pelo impacto da greve dos caminhoneiros.

A seguir os principais trechos da entrevista:

1) O banco piorou a projeção para a economia deste ano. O que motivou essa revisão?

O desempenho da economia neste início de ano estava um pouco abaixo do esperado, mas essa mudança de visão ocorreu mais pela greve dos caminhoneiros. Ela tem um impacto direto na produção. A piora vai aparecer nos indicadores de maio e junho, principalmente. A projeção de crescimento do segundo trimestre era de 1%, mas agora caiu para 0,3% e isso derruba a projeção para o ano. Além disso, há um impacto via confiança também.

2) E como fica o cenário para a economia em 2019?

Esperamos um crescimento de 3,2%. O País vai entrar numa tendência de crescimento mais consolidada e sem a incerteza do processo eleitoral. Qualquer que seja o resultado da eleição, vai ser de um cenário mais definido para política: quais são os planos do governo e o que vai ser realizado.

3) O Brasil corre o risco de enfrentar um quadro radical na economia em 2019?

A economia influencia a política. Então, se a gente tiver um determinado candidato que gere estresse no mercado, crescendo nas pesquisas, a tendência é que esse candidato modere o discurso. Na nossa visão, o impacto das pesquisas eleitorais sobre a economia vai levar os candidatos a moderar o discurso.

4) Qual é a chance de a reforma da Previdência ser aprovada no próximo governo?

Todos os candidatos notam a necessidade de fazer uma reforma da Previdência. As propostas vão ser diferentes, dependendo do viés político e do candidato, mas ela vai acontecer. Mesmo que ocorra a reforma da Previdência, existem dois desafios muito relevantes na área fiscal: o cumprimento do teto de gastos e da regra de ouro. O governo que assumir com a proposta de revogação do teto de gastos vai passar uma mensagem muito ruim para o mercado.

5) A reforma da Previdência resolve toda a questão da área fiscal?

É uma condição necessária, mas não é suficiente para equilibrar as contas fiscais. O déficit vai continuar piorando e vai ser só uma questão de ele piorar menos. Além da reforma da Previdência, é preciso uma reforma do Estado no sentido de reduzir gastos obrigatórios.

6) O que mais estaria dentro dessa reforma?

É preciso tornar os gastos sociais mais racionais, fazer os gatos sociais chegarem a quem realmente precisa, reduzir algumas indexações de gastos e principalmente fazer o ajuste na máquina do Estado.

7) Houve uma piora do cenário externo. O Brasil está preparado?

A inflação e os juros são muito baixos. O câmbio pode fazer esse ajuste. Ele se deprecia, busca um novo patamar e se estabiliza. A inflação sobe um pouco neste ano e no ano que vem para absorver essa variação cambial, mas é diferente num país como a Argentina porque lá há uma inflação alta.

8) É possível saber qual é o novo patamar do câmbio?

Eu acho que esse patamar está sendo testado. O que está ocorrendo com o câmbio tem muito a ver com a perspectiva de política monetária dos Estados Unidos. O rendimento dos títulos americanos e o dólar no mercado internacional não encontraram um equilíbrio. Então, enquanto não houver um equilíbrio lá fora, não haverá um equilíbrio para o câmbio aqui dentro.

9) E qual vai ser o impacto do câmbio na inflação?

Temos um ponto de partida muito baixo: estamos saindo da recessão com um desemprego elevado. A expectativa de inflação também está muito ancorada. Uma depreciação de 10% do real em relação ao dólar deve gerar um impacto na inflação de 0,5 ponto percentual, mas que pode ser facilmente absorvido pela diferença da meta em relação à inflação observada.

 

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