Terça-feira, 29 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 14 de abril de 2019
Maior liderança tucana hoje, o governador de São Paulo, João Doria, disse que o PSDB encomendou uma pesquisa para avaliar entre outras coisas a possibilidade de uma mudança no nome do partido.
“Nós vamos estudar. Defendo que façamos uma pesquisa a partir de junho. Já está previsto, inclusive. E que esta ampla pesquisa nacional avalie também o próprio nome do PSDB”, disse Doria, neste domingo (14), depois de participar da convenção municipal do PSDB de São Paulo.
“Melhor do que o achismo e o personalismo é a pesquisa, ela representa a convicção daquilo que emana da opinião pública”, justificou o governador.
A possibilidade de troca do nome de um dos mais tradicionais partidos políticos do Brasil foi revelada pela Coluna do Estadão. Segundo Doria, a reavaliação dos rumos do PSDB não representa uma guinada à direita abandonando o legado social-democrata tucano, como temem algumas lideranças históricas da legenda.
“O caminho do PSDB deve valorizar a sua história mas entender também a dinâmica de um país que evolui no tempo e no espaço. Hoje o PSDB caminha para ser um partido de centro com respeito à esquerda e à direita com definições claras em suas políticas sociais mas também liberal na política econômica”, disse Doria.
A convenção municipal dos tucanos paulistanos elegeu o sociólogo Fernando Alfredo, o Fernandão, chefe de gabinete da subprefeitura de Pinheiros e militante oriundo da base do partido, para presidir o diretório municipal do PSDB.
Aos gritos de “1, 2, 3 é Covas outra vez” o PSDB fez o primeiro gesto explícito em direção à reeleição do prefeito Bruno Covas, que participou da convenção.
A escolha não teve disputa. Ao longo da semana caciques tucanos fecharam um acordo para formação de uma chapa única na qual Covas indicou o presidente e Doria o secretário geral, Wilson Pedroso, além do tesoureiro-geral, o secretário municipal da Casa Civil, João Jorge.
Projeto sobre partidos políticos
Por decisão do presidente do Senado Davi Alcolumbre foi retirado da pauta do Plenário da última quarta-feira (10) e remetido para análise da Comissão de Constituição e Justiça o PL 1.321/2019, que garante mais autonomia aos partidos políticos para estabelecer cronogramas eleitorais, mandatos de dirigentes partidários e movimentações financeiras das agremiações. A matéria será votada nesta terça-feira (16).
O projeto que veio da Câmara dos Deputados tramitava em regime de urgência e passou a constar da ordem do dia por acordo entre as lideranças. No entanto, uma questão de ordem apresentada pelo senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) destacou entendimento anterior de que nenhuma matéria deve ir à deliberação no Plenário sem que antes passe pelo menos por uma comissão da Casa.
A questão de ordem foi indeferida pelo presidente Davi Alcolumbre, o que suscitou um longo debate entre os senadores. Alvaro Dias (Pode-PR) ressaltou que é preciso discutir os vários questionamentos em torno do projeto. Também pediram mais tempo para análise da matéria Oriovisto Guimarães (Pode-PR), Soraya Thronicke (PSL-MS), Reguffe (sem partido-DF), Tasso Jereissati (PSDB-CE), Paulo Paim (PT-RS) e Cid Gomes (PDT-CE).
“O Senado não pode votar uma matéria dessa envergadura em dois dias, é razoável que a gente encaminhe esse projeto para receber emendas. Os partidos políticos têm até 15 de agosto de 2020 para atender a obrigação de ter diretórios definitivos para lançar candidato”, destacou Cid Gomes.
O próprio relator do projeto, senador Marcos Rogério (DEM-RO), concordou com a necessidade de mais debate sobre o texto, deixando para a próxima semana a votação do PL 1.321/2019.
Já os senadores Eduardo Braga (MDB-AM), Plínio Valério (PSDB-AM), Weverton (PDT-AM), Nelsinho Trad (PDS-MS), Vanderlan Cardoso (PP-GO) e Telmário Mota (Pros- RS) se manifestaram a favor da votação da matéria ainda nesta quarta-feira, conforme acordo das lideranças.
“Estão quebrando a regra. Esta Casa tem rito. É pela morosidade dessa Casa e por essas atitudes é que o Judiciário começa a legislar”, queixou-se Telmário.