Sexta-feira, 10 de janeiro de 2025
Por Redação O Sul | 21 de julho de 2018
O PSTU (Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado) divulgou durante convenção no Sindicato dos Metroviários de São Paulo, no Tatuapé, a candidatura de Vera Lúcia à Presidência da República nas eleições de outubro. O professor Hertz Dias, da rede pública do Maranhão, foi anunciado como vice pelo partido. Não haverá coligação no PSTU.
Durante a convenção, Vera disse que, se eleita, irá atuar pela defesa dos direitos trabalhistas e por mais igualdade social. “A tarefa do nosso partido nas eleições é chamar a nossa classe para lutar. O nosso programa não é um programa eleitoral, mostra a saída dos problemas da nossa classe trabalhadora e os mais pobres que são os responsáveis pela produção das riquezas desse País. A burguesia se junta para tirar direitos trabalhistas.”
Vera Lúcia, de 50 anos, militou no PT, mas foi expulsa do partido em 1992 junto com integrantes do grupo político Convergência Socialista, que anos depois fundou o PSTU. Ela foi candidata a prefeita de Aracaju em 2012 e é graduada em Ciências Sociais pela UFS (Universidade Federal de Sergipe).
Hertz Dias, de 47 anos, é militante do movimento negro e integrante do grupo Gíria Vermelha, que compõe canções de protesto. A convenção apresentou também por aclamação o candidato ao Governo do Estado de São Paulo, Toninho Ferreira e Ariana Gonçalves vice.
Classe empresarial
A adesão de partidos do centrão à campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), na quinta (19), simbolizou a escolha da classe empresarial pelo candidato mais viável para ela, na opinião da candidata socialista. “É o movimento de setores da burguesia para encontrar seu candidato. Eles têm vários pré-candidatos, mas agora começam a se afunilar e a escolher seus porta-vozes”, afirmou.
Vera atacou em discurso alguns de seus adversários: Jair Bolsonaro (“expressa o que há de pior na política”), Alckmin (“fez um governo repressor”), Ciro Gomes (“um político profissional, de carreira”) e Lula (“essa experiência nós já vivemos”).
Bolsonaro, alvo das críticas mais duras, foi chamado por ela de conservador, covarde, racista, machista, homofóbico e entusiasta do regime militar. “Está a serviço da burguesia. Não pode resolver os problemas do povo trabalhador.”
A presidenciável também conclamou os companheiros homens a superarem o machismo e o preconceito LGBTfóbico. “Precisamos da unidade da nossa classe para lutar contra os nossos inimigos”, afirmou.
Em uma entrevista em abril, a socialista disse que, se for eleita, expropriará cerca de cem empresas e que a prioridade passará a ser o atendimento às necessidades da população. “Hoje é como se toda a riqueza produzida se voltasse contra os trabalhadores”, afirmou. “Se queremos derrubar os de cima, nós, que somos aqui de baixo, precisamos nos organizar também.”
Vera assume o lugar na sigla que desde 1998 era ocupado por José Maria de Almeida. Ele, atual presidente nacional do PSTU, só não representou a legenda na corrida ao Planalto na campanha de 2006, quando a opção foi apoiar Heloísa Helena (então no PSOL).