Quarta-feira, 19 de março de 2025
Por Redação O Sul | 28 de outubro de 2018
O PT ampliou seu domínio no Nordeste nas eleições estaduais em 2018. Além de ter eleito quatro governadores nos nove Estados da região, fez parte formalmente da chapa dos eleitos nos outros cinco estados, conquistando uma hegemonia inédita nos governos estaduais nordestinos. A região foi a única do País a eleger petistas para o Executivo neste ano.
A força do PT já tinha sido atestada no primeiro turno, com as vitórias de Rui Costa na Bahia, Camilo Santana, no Ceará, e Wellington Dias, no Piauí, todos reeleitos. Neste domingo, Fátima Bezerra venceu no Rio Grande do Norte.
A sigla está na chapa tanto dos outros quatro governadores eleitos no primeiro turno, Renan Filho (MDB-AL), Paulo Câmara (PSB-PE), João Azevedo (PSB-PB) e Flávio Dino (PC do B-MA), quanto de Belivado Chagas, eleito no Sergipe neste domingo. No caso de Sergipe, o partido terá a vice-governadora, Eliane Aquino.
Trajetória
Em 2002, quando elegeu Luiz Inácio Lula da Silva como presidente, o PT fez apenas um governador – Wellington Dias, no Piauí – e seus candidatos e apoiados perderam em todos os demais Estados.
Quatro anos mais tarde, começava o salto petista na região: o partido melhorou seu resultado, com três governadores eleitos, inclusive na Bahia, o maior colégio eleitoral da região, com a vitória de Jaques Wagner. Outros dois aliados venceram.
Em 2010, mais uma alta: apesar de vencer como cabeça de chapa em apenas dois estados, o PT saiu vitorioso por coligações em outros quatro Estados, integrando seis governos favoráveis.
Na eleição passada, em 2014, foram três governadores eleitos e três aliados vencedores. Das três maiores vitórias no primeiro turno em termos percentuais, o PT teve duas: a primeira no Ceará, com Camilo Santana; e a terceira na Bahia, com Rui Costa.
Em Alagoas, Renan Filho (MDB) estava coligado com o PT e teve a segunda eleição com maior diferença de votos.
Para a cientista política da Ufal (Universidade Federal de Alagoas) Luciana Santana, o bom resultado petista é um resultado direto da aprovação dos nordestinos às políticas públicas dos governos Lula e Dilma Rousseff. “A região ainda apresenta sérios problemas estruturais, mas, se compararmos à realidade de 20, 30, 40 anos atrás, as mudanças foram significativas, especialmente para as classes mais baixas”, afirmou a cientista política.
“A conjuntura nacional também favoreceu a consolidação de uma resistência de oposição eleitoral no Nordeste. Fora isso, não se pode desconsiderar a desidratação de partidos como PSDB e MDB na região”, completou Luciana Santana.