O PT vai lançar uma nova campanha de arrecadação, em dezembro, para financiar as caravanas do ex-presidente Lula pelo Brasil. A primeira “vaquinha”, para pagar despesas do périplo por Minas Gerais no mês passado, arrecadou R$ 100 mil em dez dias.
A próxima caravana ainda não foi definida. Lula pode tanto ir para a Região Norte quanto viajar por Rio de Janeiro e Espírito Santo, segundo informações divulgadas pelo jornal Folha de S.Paulo. O modelo de caravana do ex-presidente, líder em todos os cenários das pesquisas de intenção de voto para as eleições de 2018, permite que Lula interaja diretamente com a população. Lula já passou pelo Nordeste e, mais recentemente, por cidades mineiras.
Sindicatos
Com a anuência do presidente da Força Sindical e deputado federal, Paulo Pereira da Silva (Solidariedade), o Paulinho, dirigentes da entidade pediram ajuda ao ex-presidente Lula para aprovar no Congresso uma contribuição assistencial para a sobrevivência de sindicatos no País.
Em dissonância com as centrais, Michel Temer desistiu de propor, por meio de medida provisória, fonte de financiamento de entidades trabalhistas, que deixarão de receber o imposto sindical a partir da semana que vem. Como a proposta enviada ao Congresso não incluirá a regulamentação da contribuição assistencial – apontada como uma forma de amenizar o impacto da reforma trabalhista nas contas dos sindicatos –, o comando da Força recorreu a Lula.
A pedido do secretário-geral da entidade, João Carlos Gonçalves, o Juruna, foi agendada, então, uma reunião com o ex-presidente na terça-feira (07) para a apresentação de uma proposta pela qual a contribuição é fixada em assembleia. “Precisamos do apoio de PT, PCdoB e PSOL”, justificou Juruna, alegando que parlamentares de esquerda resistem às propostas encampadas pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM).
O presidente da Federação dos Químicos de São Paulo, Sérgio Luz Leite, foi encarregado da conversa com Lula. Segundo ele, o ex-presidente “acha razoável a regulamentação de uma alternativa de custeio”. Nesta semana, filiados da Federação dos Químicos aprovaram, em assembleia, cobrança de 6% do salário dos trabalhadores da categoria, diluídos em 1% ao mês e com teto de R$ 45 mensais, a partir de abril de 2018. A intenção é que os acordos coletivos prevaleçam sobre a lei. Mas os sindicalistas reconhecem o risco de a contribuição ser derrubada por falta de amparo legal.
“Estamos contando com a aprovação no Congresso. Mas será uma votação apertadíssima”, disse Leite. O apelo da Força Sindical é para que petistas e CUT (Central Única dos Trabalhadores) participem de negociações no Congresso a partir das regras já aprovadas. Secretário-geral da CTB, Wagner Gomes diz que os sindicalistas estão em campanha com parlamentares “para tentar quebrar essa visão de que sindicatos só pegam o dinheiro” sem oferecer em troca assistência ao trabalhador. Bem menos otimista, o presidente da UGT, Ricardo Patah, afirma que, “na pior das hipóteses, as centrais poderão reabrir negociação após posse da nova legislatura”.