Domingo, 23 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 6 de março de 2019
O PT vai pedir que a Procuradoria-Geral da República investigue o presidente da República, Jair Bolsonaro, pela publicação de um vídeo com cenas sexuais em sua conta no Twitter. A informação é do deputado federal Paulo Teixeira, de São Paulo.
“A lei 13.718, recentemente aprovada, tipifica o crime de divulgação, sem o consentimento da vítima, de cena de sexo, nudez ou pornografia”, escreveu o parlamentar em sua conta na mesma rede social. Sancionada no ano passado pelo presidente do STF (Supremo Tribunal Federal) Dias Toffoli quando exerceu interinamente o comando do Executivo, a lei em questão prevê pena de um a cinco anos de prisão.
Diz o texto: “Oferecer, trocar, disponibilizar, transmitir, vender ou expor à venda, distribuir, publicar ou divulgar, por qualquer meio – inclusive por meio de comunicação de massa ou sistema de informática ou telemática -, fotografia, vídeo ou outro registro audiovisual que contenha cena de estupro ou de estupro de vulnerável ou que faça apologia ou induza a sua prática, ou, sem o consentimento da vítima, cena de sexo, nudez ou pornografia”.
Repercussão
Mais de 24 horas depois da postagem do conteúdo considerado escatológico e pornográfico, na noite dessa quarta-feira o assunto ainda era um dos mais comentados na rede social. A publicação divide opiniões com a hashtag #ImpeachmentBolsonaro liderando os tópicos mais replicados, seguida pela #BolsonaroTemRazão.
Logo após o tuíte, muitos internautas pediram que o conteúdo fosse denunciado à rede social como impróprio. Nem o Twitter e nem o presidente excluíram a postagem, mas a rede social anexou um aviso no tuíte: “Esta mídia pode conter material sensível”. No texto, o presidente afirma que “é isto que tem virado muitos blocos de rua no carnaval brasileiro”.
Impeachment
Deputada estadual pelo PSL-SP, Janaina Paschoal considerou “inadequada” a publicação do vídeo por Bolsonaro, mas não vê motivo suficiente para um pedido de impeachment.
“Eu achei a publicação inadequada, mas as críticas estão vindo de pessoas que estão sendo incoerentes com o que defenderam ao longo da vida”, ressaltou. “O presidente pode ter errado, mas a falsa indignação que suscitou não me comove.”
Segundo ela, há uma incoerência entre quem defende a classificação indicativa livre para exposições com nudez e agora critica Bolsonaro pela divulgação do vídeo. “Um impeachment baseado em fraudes continuadas, eles alegam ser golpe, mas querem afastar o presidente por um tuíte?”, questionou.