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Economia O que é deflação? Entenda por que a queda nos preços nem sempre é sentida no dia-a-dia

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Nos últimos meses, a inflação vinha subindo em todo o país

Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil
Nos últimos meses, a inflação vinha subindo em todo o país. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou nesta terça-feira (11) que a inflação oficial do Brasil ficou negativo. O Índice e Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), usado nas metas de inflação do governo, caiu 0,08% em junho. Ou seja, o país teve no mês passado deflação.

Mas, afinal, o que significa deflação? E por qual motivo o consumidor nem sempre percebe, nas suas compras de mercado ou nos gastos do dia a dia, uma queda nos preços?

Os economistas chamam de deflação o fenômeno caracterizado por uma queda, na média, nos preços de produtos e serviços mais consumidos em determinado país.

Todavia, como toda média, esse resultado esconde alguns extremos. Há preços que sobem bem mais, e outros com queda maior que, na média, levam o índice a ficar no terreno negativo.

No caso do IPCA do mês passado, considerando só os grandes grupos de produtos e serviços, enquanto os preços de alimentos tiveram a maior queda (-0,66%), os custos de habitação (aluguel, taxas de água e eletricidade, etc.) tiveram alta de 0,69%.

Além de não representar uma queda generalizada de preços no Brasil, e sim apenas uma média que ficou no negativo, a deflação de junho foi um efeito pontual.

Nos últimos meses, a inflação vinha subindo em todo o país. O resultado negativo foi a primeira deflação em dez meses. Ou seja, uma queda de preços pontual não compensa as altas anteriores no custo de produtos e serviços.

Nos últimos 12 meses o IPCA acumula alta de 3,16%. Os efeitos da deflação de junho são sentidos de maneira diferente em cada cidade e em cada faixa de renda da população.

Para os moradores de Belo Horizonte, Minas Gerais, o preço da energia elétrica subiu 13,66%. Com alta tão forte na conta de luz, é difícil perceber um alívio no bolso, ainda que outros preços de sua cesta de consumo tenham caído de preço.

O IBGE pesquisa os preços em 16 capitais brasileiras. A queda de preços foi maior em Goiânia (-0,97%). E, em cinco locais, não houve deflação. Em Porto Alegre também teve ligeira queda, de 0,02%.

Além desses fatores, o tamanho da queda de preços varia de acordo com a faixa de renda da população. Há produtos que pesam mais no orçamento da classe média. No caso do mês de junho, a deflação foi mais intensa para as famílias mais pobres.

O INPC, índice que mede a inflação para essa parcela da população, ficou em –0,10%, ou seja, com uma queda ainda maior do que o IPCA.

 

 

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