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Notícias O que falta para os carros elétricos invadirem o Brasil

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Brasil entrou tardiamente no mercado de veículos elétricos. (Foto: Reprodução)

Os carros elétricos estão em muitos lugares do mundo, mas o que falta para eles invadirem o Brasil? O País optou, a partir dos anos 1950, por privilegiar o transporte rodoviário em detrimento do ferroviário, tornando-se refém do combustível fóssil, algo mais evidente e visível após a greve dos caminhoneiros, em maio deste ano. A paralisação fez com que as principais capitais brasileiras entrassem em estado de emergência pela falta de combustíveis (incluindo etanol) nos postos.

Depois de 11 dias com o País em pane seca e um prejuízo de R$ 16 bilhões para a economia nacional, segundo o Ministério da Fazenda, restou uma certeza: precisamos buscar alternativas. Se o caminho pelos trilhos tem como obstáculo a dependência de ações governamentais, especialistas, pesquisadores e a iniciativa privada destacam em alto e bom som: já passou da hora de empenharmos mais tempo, dinheiro e energia nos VEs (veículos elétricos).

Globalmente, 2017 foi o ano em que os modelos com propulsão elétrica bateram todos os recordes. O número de carros do gênero ultrapassou 3,1 milhões ao redor do planeta, um aumento de 56% em relação ao ano anterior. Segundo a Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês), a evolução tem sido constante: 1 milhão em 2015 e 2 milhões em 2016.

Embora os números sejam animadores, ainda há muito o que percorrer. Apenas três países têm a frota elétrica igual ou superior a 1% do número total de automóveis: Noruega (6,4%), Holanda (1,6%) e Suécia (1%). Na Noruega, 39% das vendas de carros em 2017 foram de modelos elétricos. O objetivo do país é eliminar carros a diesel e a gasolina até 2025 – para isso, adotou políticas de incentivos fiscais e de favorecimento das importações.

A China, país mais poluente do mundo, também entrou na luta contra os carros a combustão. O país domina 40% do estoque global de elétricos, pouco mais de 1 milhão de veículos, e sua produção supera 50% de todos os fabricados no mundo. O uso interno, no entanto, ainda representava 2,2% (quase 580 mil) do total de carros vendidos no país em 2017.

Mas o que esses países têm feito para aumentar o consumo? O governo chinês, por exemplo, criou um sistema de crédito para estimular a indústria. A partir deste ano, qualquer fabricante que importe acima de 30 mil carros deverá se enquadrar nas metas estabelecidas para produção de VEs. O objetivo é aumentar a fabricação para 10% do total em 2019 e 12% em 2020.

A União Europeia optou por uma linha mais dura. Em novembro do ano passado, estabeleceu uma diminuição de 30% na emissão de carbono nas frotas das montadoras até 2030, com meta de redução de 15% até 2025. Os fabricantes que violarem as novas regras poderão tomar multas de milhões de euros. A Alemanha assumiu o compromisso de encerrar, daqui a 12 anos, a produção de carros a combustão.

O que falta para nós

No Brasil, a estrada a ser percorrida é ainda mais longa. Estima-se que haja cerca de 10 mil veículos elétricos ou híbridos em circulação no País, menos de 0,03% da frota de 36 milhões de automóveis. Em 2017, a venda desse nicho representou 0,2% dos quase 2,2 milhões de carros licenciados.

“Ainda é um mercado muito incipiente”, afirma Ricardo Guggisberg, presidente da ABVE (Associação Brasileira de Veículos Elétricos). “O elétrico se desenvolve no Brasil graças à comunidade internacional, não por uma política governamental. A informação chega e isso pressiona o mercado a se mexer.” O País nem sequer faz parte do EVI (Energy Vehicle Initiative), fórum multigovernamental criado em 2009 em que os países mais avançados no tema debatem iniciativas de crescimento dos VEs pelo mundo.

Seria injusto, no entanto, dizer que não estamos avançando. De acordo com a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), foram vendidos 3.296 veículos elétricos ou híbridos no País em 2017, um número baixo se comparado com países referência no tema, mas um recorde nacional até então. Este ano está ainda melhor: até maio, já foram vendidos 1.562, um aumento de 65% em relação ao mesmo período do ano passado.

Uma das explicações para estarmos na rabeira dessa corrida é o fato de termos entrado tardiamente nesse mercado. A primeira venda de um veículo elétrico ou híbrido no Brasil só ocorreu em 2006. Atingimos a casa dos dois dígitos em 2011 e a dos três em 2016.

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