Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025
Por Redação O Sul | 2 de maio de 2016
Giovana e Júlia (nomes fictícios) vivem um amor proibido há um ano, porque a loja em que trabalham não autoriza o namoro entre seus funcionários. Esconder o afeto é uma tarefa complicada para elas, já que Júlia é chefe de Giovana e, às vezes, precisa chamar a sua atenção na frente dos outros funcionários.
O primeiro contato entre elas foi através da loja. Giovana era subgerente em um shopping e Júlia em outro. O amor floresceu, mesmo, quando uma foi transferida para a loja em que a outra trabalhava. “No começo, eu gostei da ideia de ela vir trabalhar aqui, mas, agora, estou um pouco saturada de ficar o tempo inteiro com ela”, contou Júlia.
Elas não moram juntas, mas Giovana dorme na casa da chefe de segunda-feira a sábado. “Nós já até criamos uma regra de não dormirmos juntas de segunda-feira a quarta-feira, só falta colocar em prática”, brincou Júlia. Ao contrário da namorada, Giovana gosta de passar todo esse tempo junto com a amada. “Eu ficaria 25 horas por dia com ela”, revelou.
Júlia explicou que, por ser bastante reservada, os outros funcionários da loja nunca desconfiaram do relacionamento entre elas. “Entretanto eles ficam um pouco incomodados quando eu chamo a atenção da Giovana e ela acaba retrucando. Às vezes, ela não consegue separar o ambiente de trabalho do namoro e age como se estivéssemos em casa. Por isso, eu preciso tomar bastante cuidado quando vou dar retorno para outros funcionários, para que não haja diferença no tratamento entre eles e ela”, explicou.
Desconfianças de colegas levam a situação difícil.
Os publicitários Mayton Miyamoto e Jéssica Eschiavi também passaram por uma situação parecida, quando trabalhavam em uma companhia onde não podiam assumir o relacionamento. No entanto, na empresa atual eles respiram aliviados. “Nós sempre quisemos um relacionamento estável, saudável, coisa que não tínhamos na outra empresa. Lá, havia muita picuinha, porque desconfiavam do nosso namoro. Por isso saímos de lá”, expôs Miyamoto.
Namorados há dois anos, eles destacam que o relacionamento está muito melhor há oito meses, desde que trocaram de emprego. “Pedimos ajuda um ao outro na hora de elaborar alguma coisa e isso é bom também para a empresa”, apontou Jéssica.
O coordenador de Recursos Humanos Charbel Jabbour explicou que proibir o namoro entre funcionários só causa dor de cabeça. “É inevitável que as pessoas criem um afeto, apaixonem-se. Quando o funcionário faz algo proibido dentro da empresa, seu rendimento pode até cair. O mais recomendável é que não haja proibição e, sim, regras básicas, como não ter as famosas ‘pegações’ dentro do ambiente de trabalho”, recomendou. (DSP)