Faltando 12 dias para as eleições presidenciais, os candidatos não terão mais tempo para tratar de temas vitais: firmar o compromisso com a estabilidade dos preços; alcançar o equilíbrio no orçamento público; privatizar ou não empresas estatais; respeitar contratos e como enfrentar o déficit da Previdência. O que tem importância ficará para uma próxima oportunidade. Nesta campanha, só brigam.
Sem mostrar a fonte
Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, como os demais candidatos em eleições anteriores, fazem promessas vagas sem detalhar o efeito orçamentário. Exemplos: a ampliação das faixas de isenção do Imposto de Renda e o 13º salário para beneficiários do Bolsa Família. A duas medidas teriam impacto de 63 bilhões de reais por ano.
Não fecha a porta
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sinalizou em entrevista que existe possibilidade de apoiar Haddad. Impõe como condição a autocrítica do petista e muita conversa. FHC abriria mão dos restaurantes caros dos Jardins, que frequenta em São Paulo, para se encontrar no Estudantil Bar e Lanchonete. Fica próximo ao bairro Liberdade e lembraria os velhos tempos da militância.
Vai olhar do alto
O PDT firmou bem escada, ontem à noite, e subiu no muro. Reunião do diretório estadual decidiu que ficará neutro na eleição ao Palácio Piratini.
Outro
No encontro para lançamento da campanha pró-Haddad no Ceará, ontem à noite, o senador eleito Cid Gomes, do PDT, foi o primeiro a falar e cobrou mea culpa do PT. Foi vaiado por militantes que lotaram o auditório do Marina Park, de Fortaleza. Cid respondeu: “É por isso que vocês vão perder”.
A caminhada
O Jornal do Brasil publicou ontem reprodução de notícia da edição de 27 de março de 1988, com o título “Emenda do PT propõe anistia também para militar conspirador”. Referia-se ao capitão da reserva Jair Bolsonaro. Ao descrever seu perfil, o repórter afirmou: “Sonhava ser herói nacional ou deputado nas próximas eleições.” Elegeu-se para a Câmara dos Deputados em 1990.
Contra a maré
Com a provável vitória na eleição ao governo de São Paulo, João Doria assumirá o comando do PSDB nacional. Mesmo com o ranger de dentes da ala dos intelectuais, que é majoritária. Na gestão interna, manda quem tem votos na urna. O resto é conversa.
Passaram adiante
Candidatos, a cada campanha eleitoral, atacam os adversários com o argumento de que cometem crime ao propor privatizações. Assessores deveriam pesquisar um pouco para descobrir o que os presidentes Felipe Gonzalez, de 1982 a 1996, e François Mitterrand, de 1981 a 1995, ambos de esquerda, fizeram com as empresas estatais na Espanha e na França.
Onde atuar
Gonzalez e Mitterrand se reelegeram defendendo que o Estado moderno não deve se tornar produtor de bens. Precisa ser provedor de infraestrutura, saúde, educação e segurança, o que já é um desafio notável.
Mais imune
O perfil da nova composição da Assembleia Legislativa, que tomará posse a 31 de janeiro, é predominantemente conservador. Isso facilitará a aprovação de projetos de impacto. A primeira avaliação permite concluir que os novos deputados serão menos permeáveis às pressões das corporações.
Difícil de acreditar
A 5 de novembro, o rompimento da barragem de Fundão, em Minas Gerais, completará três anos. Os irresponsáveis não pagaram as indenizações. Seguem livres, leves e soltos.
Exigência
De Norte a Sul do país, cresce o clamor por uma revisão urgente da Lei de Execuções Penais. Criado em julho de 1984, tem 204 artigos sobre os quais o futuro Congresso Nacional terá de se debruçar. A começar pelo que não deu resultado e permitiu o aumento da violência.
Há 75 anos
A 16 de outubro de 1943, o presidente Getúlio Vargas entregou, durante visita a Porto Alegre, o primeiro abono familiar do país, recém oficializado por decreto. Foi para Anfilóquio Madeira, pai de nove filhos.
A plenos pulmões
Nos comitês eleitorais de José Ivo Sartori e Eduardo Leite não respiram mais. Apenas suspiram.