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O que fizeram os astronautas da Apollo 11 em 21 horas na superfície da Lua, há 50 anos

O astronauta Buzz Aldrin em imagem clicada por Neil Armstrong, na Lua. (Foto: Nasa/Divulgação)

Houston, aqui é a Base da Tranquilidade. A Eagle pousou”. Com estas palavras, o astronauta Neil Armstrong, comandante da missão Apolo 11, informou ao Centro de Controle da Nasa (a agência espacial norte-americana), na capital do Texas, que o módulo lunar havia alunissado e estava, então, parado sobre a região do Mar da Tranquilidade, na parte visível da superfície da Lua. Eram precisamente 17h17min (horário de Brasília-DF) do dia 20 de julho de 1969, um domingo, há exatos 50 anos. Após alguns contratempos durante a descida da Águia ao satélite, o áudio de Armstrong foi recebido com alívio em Houston: “Entendido, Tranquilidade. Nós te copiamos no solo. Vocês fizeram vários caras ficarem azuis. Estamos respirando novamente. Muito obrigado”, respondeu o astronauta Charles Duke, responsável pela comunicação com a tripulação.

A alunissagem ocorrera três horas e meia após a Águia se separar do módulo de comando Columbia, de onde Michael Collins ficou monitorando a movimentação do módulo lunar. Duas horas e meia após a alunissagem, Buzz Aldrin se comunicou com Houston para enviar uma mensagem ao mundo: “Aqui é o piloto do módulo lunar. Eu gostaria de aproveitar esta oportunidade para pedir para que cada pessoa que estiver ouvindo, quem quer que seja e onde quer que esteja, que pare por um momento e contemple os eventos das últimas horas e agradeça à sua própria maneira”. Então, Aldrin tomou a comunhão com a hóstia e o cálice preparados por um pastor da Igreja Presbiteriana. Ele não fez menção pública a esse ato porque a Nasa estava às voltas com uma ação judicial impetrada pela ativista do ateísmo Madalyn Murray O´Hair, que se opunha a declarações ou atividades religiosas por parte dos astronautas no espaço.

De acordo com o cronograma da missão, Aldrin e Armstrong deveriam dormir por cinco horas depois da alunissagem, antes da caminhada pela superfície da Lua, para colher amostras do solo. Mas os astronautas resolveram antecipar essa fase da missão argumentando que não conseguiriam dormir. As preparações para a saída do módulo começou às 20h43min (horário de Brasília), e Armstrong começou a descer a rampa até a superfície lunar às 23h51min, pisando fora do trem de pouso às 23h56min, quando pronunciou a célebre frase: “É um pequeno passo para um homem, um salto gigante para a Humanidade”. Devido a incompatibilidades entre captação e transmissão, as imagens exibidas para o público na Terra tinham qualidade bastante reduzida, mas, mesmo assim, cerca de 600 milhões de pessoas assistiram à primeira movimentação humana na Lua.

Segundo os próprios astronautas, eles acharam mais fácil caminhar na Lua do que nos simuladores. Ambos preferiram saltitar para se locomover, mas era preciso decidir o ponto final de sua trajetória alguns passos antes. Eles coletaram 21,55kg de amostras do solo da Lua, fincaram a bandeira americana na superfície, fizeram diversas fotos e receberam até um telefonema do então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, que falou com Armstrong para dar parabéns à tripulação. Depois de duas horas e cinco minutos de atividades extraveiculares, os dois voltaram para o módulo lunar às 2h01 (horário de Brasília), onde dormiram por cerca de sete horas, até que foram acordados pelo centro de controle e começaram a se preparar para o retorno. Ligaram o motor de subida duas horas depois e voltaram para o Columbia.

Durante todo o tempo, Collins pilotava o módulo de comando, dando voltas na Lua. Ele ficava sem contato com rádio durante 48 minutos a cada volta, quando passava por trás do satélite. Em registros posteriores, disse que jamais sentiu solidão ou medo, mas apenas empolgação e confiança no trabalho. Quando o Eagle chegou o módulo de comando, eram 18h24min (horário de Brasília) do dia 21 de junho de 1969. A tripulação, então, começou a viagem de retorno à Terra. A Apolo 11 reentrou na nossa atmosfera três dias depois, e seus paraquedas foram abertos às 13h44min (horário de Brasília), amerissando a 2,6 quilômetros da Ilha Wake, um pequeno atol no Norte do Pacífico, administrado pelos Estados Unidos. Eles foram recolhidos numa operação de resgate que envolveu o porta-aviões USS Hornet, além de mergulhadores e helicópteros. Estava, então, completa a histórica missão Apolo 11. As informações são do jornal O Globo.

 

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