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Colunistas O que os empregadores perdem por não contratar pessoas autistas

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(Foto: ABr)

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

No último artigo, abordei a crescente relevância do tema autismo, especialmente em relação aos desafios de inclusão no mercado de trabalho e na sociedade. O aumento dos diagnósticos, tanto nos Estados Unidos quanto no Brasil, reflete não uma maior incidência do transtorno, mas sim uma maior conscientização e aprimoramento no acesso aos serviços de saúde. Mais casos sendo identificados refletem em uma crescente conscientização sobre o tema. Contudo, o grande desafio está na integração dessas pessoas ao mercado de trabalho. Dados do Observatório do Autismo apontam que menos de 1% das pessoas com Transtorno do Espectro Autista (TEA) conseguem uma colocação no mercado formal.

O Rio Grande do Sul tem se destacado em algumas áreas relacionadas à inclusão de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, mas, especificamente para indivíduos com autismo, as oportunidades ainda são limitadas. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais de 2 milhões de pessoas no Brasil vivem com algum grau de autismo, mas a taxa de inclusão no mercado de trabalho continua sendo baixa.

Conforme dados da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos do Rio Grande do Sul (SJCDH), cerca de 2.500 pessoas com autismo são atendidas anualmente por serviços públicos de assistência, como Centros de Referência e Centros Especializados em Reabilitação (CER). No entanto, um estudo da Fundação de Economia e Estatística (FEE), realizado em 2022, indicou que apenas 10% dessas pessoas conseguem alcançar um emprego formal, seja em empresas privadas ou no setor público.

Caminhos para a Inclusão

– Diagnóstico Preciso e Precoce: Melhorar a identificação de formas sutis de autismo e detectar o transtorno cedo para garantir intervenções adequadas.

– Expansão da Terapia ABA: A Terapia ABA é eficaz no desenvolvimento de habilidades sociais e comportamentais e deve ser ampliada desde a infância.

– Capacitação de Gestores e RH: Treinar equipes para lidar melhor com as necessidades dos colaboradores com TEA, promovendo um ambiente inclusivo.

– Valorização das Habilidades: Pessoas com autismo trazem habilidades valiosas, como foco, detalhamento e independência no pensamento, que podem contribuir para a inovação e eficiência nas empresas.

O Potencial de Contribuição dos Indivíduos com Autismo

Indivíduos com autismo podem trazer vantagens significativas para as empresas, graças às suas habilidades únicas. O processamento detalhado, a precisão nas tarefas e o foco em aspectos específicos de uma função são qualidades que podem ser extremamente valiosas em diversas áreas, como programação, análise de dados, pesquisa científica, e outras profissões que demandam alta atenção aos detalhes. Além disso, a independência no pensamento, muitas vezes observada em pessoas com TEA, pode gerar soluções criativas e inovadoras, uma vez que elas são menos influenciadas por convenções sociais.

A inclusão de pessoas com autismo no mercado de trabalho é um desafio multifacetado, que envolve desde o diagnóstico precoce até a adaptação das empresas e da sociedade em geral.

Empresas que adotam práticas inclusivas orgulham seus clientes . Elas se destacam pois se tornam mais diversas e, consequentemente, mais adaptáveis e inovadoras, o que representa uma vantagem competitiva no mercado. A inclusão não deve ser vista apenas como uma obrigação social, mas como uma estratégia inteligente de negócios, que traz benefícios tanto para os indivíduos com TEA quanto para as próprias organizações.

(Sabrina Jesus – Consultora associada IBCO – Instituto Brasileiro de Consultores Organizacionais).

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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