Quarta-feira, 30 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 23 de junho de 2019
O pastor Anderson do Carmo foi morto a tiros no dia 16 de junho dentro da casa em que morava com a mulher, a deputada Flordelis, e parte dos 55 filhos do casal – a maioria, adotados – em Niterói, Região Metropolitana do Rio. A Polícia Civil prendeu dois dos filhos da deputada – Flávio, que é filho biológico de Flordelis e que admitiu ter dado seis tiros no padrasto, e Lucas, que teria comprado a arma do crime.
Agora, os investigadores apuram a suspeita de que Flordelis e mais três filhas do casal também teriam participado do assassinato.
Dois dias após o crime, os policiais encontraram, dentro da casa da família, a arma usada para matar Anderson em cima de um armário, enrolada em um pano, além de um edredom com manchas de sangue e uma fogueira no quintal, com diversos objetos já carbonizados.
Os investigadores tentam descobrir se outras pessoas participaram do crime, além dos dois irmãos, e quais foram as motivações e as circunstâncias que levaram ao assassinato.
O que se sabe até o momento sobre o crime:
Autor dos disparos
Flávio confessou ter dado seis tiros no padrasto. O corpo, no entanto, tinha 30 marcas de perfuração, segundo o laudo do IML. Os investigadores querem saber se outra pessoa também atirou no pastor.
Arma do crime
Segundo os investigadores, a arma usada para matar o pastor Anderson do Carmo foi comprada por Lucas, dois dias antes do assassinato. Lucas negou e disse que apenas indicou onde comprar a arma sem saber para que seria usada.
A pistola foi encontrada pelos policiais dentro da casa, em cima de um armário, enrolada em um pano e descarregada.
Movimentação antes e depois do assassinato
Imagens de câmera de segurança mostram que Lucas saiu de casa antes do crime e não estava lá na hora do assassinato. Depoimentos e vídeos mostram que Flávio chamou a polícia logo depois do homicídio alegando que o padrasto tinha sido morto durante um assalto. Ele também levou o pastor de carro até um hospital já morto – segundo a polícia, como mais uma tentativa de despistar sua participação no assassinato.
Outras evidências do crime
Vários objetos foram queimados em uma fogueira logo após a morte do pastor. Os policiais não conseguiram recuperar nada. Eles encontraram, no entanto, um edredom com manchas de sangue dentro da casa, mas não se sabe ainda de quem é o sangue.
Os celulares da vítima e de Flávio não foram encontrados pelos policiais. Os investigadores sabem, no entanto, que o aparelho do pastor, considerado fundamental para as investigações, passou pela mão de pelo menos duas pessoas da família antes de desaparecer. A Polícia pediu a quebra do sigilo telefônico de todos os que estavam na casa, porém, a Justiça negou pedido de busca e apreensão pelo celular de Flordelis.
Outros investigados
A delegada Barbara Lomba, titular da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo, afirmou que todos os que estavam na casa na hora do assassinato estão sendo investigados, incluindo a deputada Flordelis. Em depoimento, um dos irmãos afirmou que a mãe e mais três irmãs colocavam remédio na comida de Anderson e uma delas teria oferecido R$ 10 mil para que Lucas matasse o pastor.
Motivação
Segundo a delegada Barbara Lomba, a motivação do crime é relacionada a uma questão que envolve a família, mas não se sabe ainda de que natureza. “Tudo indica que tem relação com as relações familiares, quem convivia com a vítima”, disse.
Mais de 20 pessoas já foram ouvidas da polícia e apenas Flávio citou uma possível relação extraconjugal do pastor como motivo para cometer o crime. A delegada afirma que nenhuma hipótese é descartada.