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O que se sabe sobre o ataque terrorista na Rússia

A multidão ainda estava entrando, mas o auditório já estava lotado antes do show da banda Picnic. (Foto: Reprodução)

Um massacre em um complexo comercial nos arredores de Moscou deixou ao menos 137 pessoas mortas na sexta-feira (22). A autoria do ataque foi admitida pelo Estado Islâmico. Quatro pessoas foram presas por ligação com a ação terrorista.

Confira o que se sabe até o momento sobre o ataque.

Como foi o início do ataque? Pessoas armadas abriram fogo aleatoriamente no complexo Crocus City – que abriga uma popular casa de shows e um shopping center – na noite de sexta-feira (22).

A multidão ainda estava entrando, mas o auditório já estava lotado antes do show da banda Picnic. Cerca de 6.500 ingressos teriam sido vendidos para o show. Mas, em vez de uma noite dançando ao som de rock, o caos se desenrolou.

Testemunhas oculares em pânico capturaram em vídeo o exato momento em que homens armados, vestidos com uniformes camuflados e portando armas automáticas, começaram a atirar indiscriminadamente. A filmagem mostrou espectadores gritando e se escondendo atrás de assentos enquanto outros se amontoavam enquanto tiros ecoavam pelo vasto salão.

Durante a violência, um grupo que se abrigava próximo a uma grande parede de vidro do lado de fora da casa de shows foi forçado a quebrá-las para escapar dos tiros, mostra um vídeo obtido pela CNN.

Uma testemunha anônima que sobreviveu ao ataque disse que os homens armados entraram na sala de shows e “começaram a atirar em todo mundo”.

“Eu estava sentado no corredor lá em cima, onde ficavam as varandas. Ouvimos tiros. No início, não entendemos o que tinha acontecido”, disse ele em entrevista a Ostorozhno Novosti, publicada pela Reuters. Ele acrescentou que os agressores jogaram um coquetel molotov, e então, “tudo foi incendiado”. Os artistas saíram ilesos.

As chamas ainda estavam atingindo o Crocus City no início do sábado (23) e o telhado do local desabou parcialmente. Quase 500 pessoas trabalhavam para desmontar os escombros no local, disse o Ministério de Emergências da Rússia.

– Quantas pessoas foram mortas ou ficaram feridas? Sabe-se que pelo menos 137 pessoas foram mortas, de acordo com a última atualização do Comitê de Investigação da Rússia. As autoridades dizem que esse número provavelmente continuará aumentando à medida que as equipes de emergência trabalham no local.

Além disso, mais de 100 outras pessoas ficaram feridas no incidente – muitas delas em estado grave, incluindo duas crianças.

O governador da região de Moscou, Andrey Vorobyov, disse no sábado (23) que as vítimas do ataque terrorista receberiam compensação financeira da região e dos governos municipais.

Os parentes de cada um dos mortos receberiam três milhões de rublos (cerca de R$ 162,5 mil), enquanto os feridos e hospitalizados receberiam um milhão de rublos (cerca de R$ 55 milhões).

“As crianças cadastradas na região de Moscou, cujo pai ou mãe morreu na tragédia, também receberão pagamentos mensais. Além disso, compensaremos a todos pelas despesas de enterro e resolveremos todas as questões legais”, acrescentou Vorobyov.

– Quem estava por trás do ataque? O Estado Islâmico assumiu a responsabilidade pelo ataque em um breve comunicado publicado pela agência de notícias Amaq, ligada ao grupo terrorista, no Telegram na sexta-feira (22).

No dia seguinte, o grupo publicou uma imagem na Amaq que pretendia mostrar os quatro homens que atacaram o complexo. Nenhum dos homens era identificável na imagem: todos usavam balaclavas e o que aparecia dos rostos estava desfocado.

O Estado Islâmico descreveu o ataque como o “mais feroz em anos”, de acordo com uma tradução da mensagem do SITE Intelligence Group, que monitoriza a propaganda de grupos terroristas.

A Amaq também forneceu detalhes do ataque, dizendo que três combatentes atacaram a multidão reunida no local com armas e facas, enquanto o quarto atirava dispositivos incendiários. Afirmou que o ataque foi precedido por uma intensa operação de vigilância do local.

Acrescentou que “o ataque surge no contexto normal da guerra violenta entre o Estado Islâmico e os países que lutam contra o Islã”.

Os Estados Unidos já haviam avisado Moscou que os militantes do Estado Islâmico estavam determinados a atacar a Rússia dias antes de os agressores invadirem a sala de shows.

No início deste mês, a embaixada dos EUA na Rússia disse que estava “a monitorar relatos de que os extremistas têm planos iminentes de atingir grandes concentrações em Moscou”, incluindo concertos, e alertou os cidadãos dos EUA para evitarem tais locais.

A porta-voz do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Adrienne Watson, disse que o governo americano “compartilhou esta informação com as autoridades russas de acordo com a sua política de longa data de ‘dever de avisar’”.

Mas, em um discurso na terça-feira (19), Putin classificou os avisos americanos como “provocativos”, dizendo que “estas ações assemelham-se a chantagem aberta e à intenção de intimidar e desestabilizar nossa sociedade”. As informações são da CNN.

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