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Geral O que se sabe sobre o suspeito preso por tentar matar Donald Trump

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Imagem de câmera corporal de policiais mostra o momento em que o suspeito de tentar assassinar Trump foi preso. (Foto: Divulgação)

Ryan W. R., o homem de 58 anos que foi preso no domingo (15) no Estado da Flórida (EUA) que está sendo investigado por suspeita de tentar matar o republicano Donald Trump, foi levado nessa segunda-feira (16) para uma audiência em um tribunal e oficialmente indiciado. Procuradores anunciaram que ele foi acusado inicialmente por crimes relacionados à posse ilegal de armas.

Um dia após a prisão, a imprensa americana especula sobre a motivação que levou Ryan R. a se deslocar para a Flórida, onde ele permaneceu de tocaia, empunhando um fuzil de assalto, junto à cerca de um clube de golfe no qual Trump jogava.

Ryan R. acabou sendo visto por um agente do Serviço Secreto e foi preso após tentar fugir.

O incidente ocorreu a sete semanas da próxima eleição presidencial, na qual Trump é candidato, e dois meses após o republicano ser vítima de um atentado durante um comício.

De acordo com autoridades locais, Trump estava jogando golfe no Trump International Golf Course, em Palm Beach, por volta de 13h30 no horário local (14h30 em Brasília) quando um agente do Serviço Secreto viu um cano de fuzil surgir de um buraco da cerca da propriedade, a cerca de 350 metros ou um buraco do campo à frente de onde o ex-presidente jogava.

O agente então abriu fogo na direção de um homem que empunhava o fuzil. O suspeito então fugiu num veículo Nissan preto, segundo relatou uma testemunha. Ele acabou sendo capturado pouco depois numa estrada próxima pela polícia local.

Policiais encontraram um fuzil AK-47, uma câmera GoPro e sacolas junto aos arbustos onde o suspeito estava de tocaia.

Segundo a polícia local, o suspeito não chegou a disparar antes de abandonar sua arma. E, de acordo com o Serviço Secreto, ele nunca chegou a ter Trump na linha de tiro. As autoridades também apontam que não há evidências de que ele tenha agido com outras pessoas.

Dados sobre a localização do celular divulgados nessa segunda-feira no tribunal, apontam que o suspeito permaneceu por cerca de 12 horas de tocaia junto à cerca. Já a placa do veículo da fuga era clonada.

Trump foi retirado do campo de golfe após o alerta e levado para a sede do clube, que fica a cerca de 8 quilômetros da residência do republicano em Mar-a-Lago. Num e-mail enviado pouco depois para doadores, Trump afirmou que estava “seguro e bem”.

No mesmo dia, o FBI, a polícia federal americana, confirmou que estava investigando “uma aparente tentativa de assassinato” contra Trump.

Quem é Ryan R.? O nome do suspeito não foi oficialmente divulgado até o momento, mas diversos veículos da imprensa americana, citando fontes anônimas de serviço de segurança, apontaram que se trata de Ryan W. R, um homem branco de 58 anos que reside no estado americano do Havaí.

No estado insular, ele possui uma pequena empresa de construção civil. Fotos da sua residência publicadas na imprensa mostram uma casa relativamente simples. Ao tribunal da Flórida, ele afirmou que sua renda é de cerca de US$ 3.000 por mês e que não tem reservas financeiras. Ele ainda afirmou que só tem picapes registradas em seu nome. Antes de se mudar para o Havaí em 2018, Ryan R. residiu a maior parte da sua vida na Carolina do Norte, na costa leste dos EUA continental.

Segundo a rede pública NPR, Ryan R. já teve problemas com a lei décadas atrás, tendo passagens pela polícia por posse de uma metralhadora automática (algo proibido até mesmo pelas permissivas leis sobre armas dos EUA) e por posse de uma arma de fogo oculta durante uma abordagem policial e posterior fuga. Ele também aparentemente foi intimado no passado por não pagar impostos dentro do prazo, por posse de bens roubados e por passar cheques sem fundos.

Redes sociais em nome do suspeito, vídeos no YouTube e até mesmo entrevistas concedidas para veículos de imprensa mostram que Ryan R. viajou para Kiev, na Ucrânia, após a invasão do país pela Rússia, para se apresentar como combatente voluntário. No entanto, ele contou em vídeos e entrevistas que foi recusado pelos ucranianos. Várias publicações sugerem que Ryan R. permaneceu por semanas em Kiev. Na condição de americano pró-ucraniano, ele acabou concedendo entrevistas para veículos como o The New York Times, a agência AFP e o Financial Times.

Em relação à política americana, Ryan R. demonstrou, em diferentes momentos, simpatia e oposição por quase todo o espectro político do país.

Em uma publicação de 2020, ele deu a entender que votou em Trump em 2016 e depois se arrependeu. “Eu e o mundo esperávamos que o presidente Trump fosse diferente e melhor do que o candidato, mas todos nós tivemos uma grande decepção”, escreveu ele. “Ficarei feliz quando você se for.”

Em 2020, por sua vez, ele expressou simpatia ao democrata Bernie Sanders e rechaçou Joe Biden usando o apelido “sleepy Joe” (Joe sonolento), que foi cunhado por Trump. Ainda entre 2019 e 2020, ele fez doações de algumas poucas dezenas de dólares para alguns pré-candidatos do partido, segundo registros divulgados por veículos da imprensa americana, mas também expressou apoio à republicana Tulsi Gabbard.

Mais recentemente, ele publicou mensagens expressando apoio aos republicanos Nikki Haley e Vivek Ramaswamy, que tentaram disputar com Trump a indicação da candidatura republicana no pleito presidencial de 2024. As informações são da emissora internacional de notícias da Alemanha Deutsche Welle.

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