Sexta-feira, 21 de março de 2025
Por Redação O Sul | 19 de março de 2025
Poucos dias antes de decidir permanecer nos Estados Unidos por tempo indefinido, Eduardo Bolsonaro (PL-SP) recebeu um recado de interlocutores do PL com o Judiciário.
O deputado teve a notícia de que o procurador-geral da República (PGR), Paulo Gonet, se manifestaria contra a apreensão de seu passaporte pedida pelo PT. O próprio líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante, chegou a desmobilizar uma manifestação de parlamentares no plenário da Casa que levariam seus passaportes para protestar a favor de Eduardo.
Foi depois disso, inclusive, que a oposição decidiu desmarcar a reunião que tinha agendas com Gonet para tratar do tema. A avaliação era que o assunto já estava pacificado e Eduardo poderia voltar ao Brasil pra assumir a presidência da Comissão de Relações Exteriores da Casa, como insistia o PL.
O partido, porém, foi pego de surpresa nesta terça-feira (18), com a decisão de Eduardo Bolsonaro de permanecer indefinidamente nos Estados Unidos. O próprio Jair Bolsonaro se mostrou contra, assim que foi comunicado pelo filho, mas depois cedeu. Mesmo com Moraes atendendo à manifestação da PGR contra a apreensão do passaporte do parlamentar, Eduardo decidiu ficar no exterior.
O parlamentar deixou claro que um de seus objetivos principais é estimular sanções dos EUA contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e o ministro Alexandre de Moraes.
Renúncia
Eduardo afirmou nessa quarta que considera deixar o cargo definitivamente. Em entrevista à CNN, ele condicionou seu retorno ao Brasil à saída do ministro Alexandre de Moraes do Supremo ou a uma mudança na sua atuação.
“Sim, positivo. Cogito. Eu só vou ter tranquilidade de voltar ao Brasil quando Alexandre de Moraes não for mais ministro da Suprema Corte ou estiver sendo posto no devido lugar dele. Fora isso, não tenho a possibilidade de voltar ao Brasil”, disse Eduardo Bolsonaro durante sua participação no programa CNN Arena.
À CNN, Eduardo afirmou que ainda não apresentou à mesa diretora da Câmara o pedido de licença do cargo de deputado federal, mas que está disposto a abrir mão de um “salário sensacional” ao se afastar. Atualmente, um deputado federal recebe R$ 46.366,19 por mês.
A Constituição prevê o direito a até 120 dias de licença sem remuneração por questões particulares, desde que autorizado pela mesa diretora da Casa. Eduardo afirma ser “bem provável” deixar o cargo de forma definitiva. (O Globo e Portal Terra)