O mundo bateu 9 vezes o recorde de novos casos diários de covid-19 em outubro, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
A sequência de recordes ocorre no momento em que a Europa se depara com efeitos da segunda onda de infecções pelo novo coronavírus e mais países passam a adotar medidas restritivas. Além disso, os Estados Unidos seguem tentando conter a evolução do surto, mas encaram aumento expressivo no número de casos confirmados.
O único mês com mais recordes foi em janeiro, o primeiro da pandemia. Mas, naquele mês, o pico de casos em um único dia foi de 2.011 registros. E o primeiro dia de recorde – 18 de janeiro – teve apenas 17 casos contabilizados.
Desde então, os meses de abril, junho e julho tiveram a maior quantidade de recordes batidos: 8 em cada um.
Em março, as altas mundiais foram ultrapassadas 7 vezes; em fevereiro, 6. Agosto e setembro tiveram 2 e 3 recordes, respectivamente.
Nova variante
Uma variante do coronavírus, que surgiu entre trabalhadores no nordeste da Espanha em junho, se espalhou rapidamente por grande parte da Europa desde o verão do hemisfério Norte e é a responsável pela maioria dos novos casos de covid-19 em vários países do continente, que vive uma segunda onda de infecção.
Nos últimos dois meses, a nova cepa representou cerca de 90% das novas infecções na Espanha, de acordo com um estudo realizado por sete pesquisadores com o apoio de instituições científicas do setor público suíço e espanhol.
A nova cepa é responsável por 40% a 70% dos novos casos na Suíça, Irlanda e Reino Unido em setembro. Também é prevalente na Noruega, Letônia, Holanda e França. Os cientistas não falaram sobre outros países europeus porque poucas sequências genéticas recentes estão disponíveis.
O estudo, que ainda não foi publicado em periódico revisado por pares, sugere que pessoas que voltaram de férias na Espanha desempenharam um papel fundamental na transmissão do vírus pela Europa. Essa é uma possibilidade que levanta indagações sobre se a segunda onda que está varrendo o continente poderia ter sido reduzida com uma melhor triagem em aeroportos e outros centros de transporte. O estudo não aponta a nova cepa como causadora da segunda onda de transmissão da covid-19 no continente.
Cada variante do vírus tem sua própria assinatura genética, por isso ela pode ser rastreada até o local de origem. As equipes científicas na Suíça e na Espanha estão examinando o comportamento da nova cepa para determinar se ela pode ser mais letal ou infecciosa do que outras.