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O rei da cela e os súditos

Moro é responsável pelos processos da Operação Lava-Jato na primeira instância (Foto: Divulgação)

Após o terceiro pedido de prisão pelo juiz federal Sérgio Moro, o comportamento do empreiteiro Marcelo Odebrecht mudou no complexo médico-penal de Pinhais (PT), com a certeza de que não sairá tão cedo. Vive turrão, desobedece regras da carceragem e faz ar de deboche para agentes, segundo relatos de policiais. Em alguns casos, cruza os braços em vez de posicioná-los à frente do corpo, quando os detentos andam em fila. As retaliações são banho frio e atraso na entrega das refeições, para todos os presos.

Lei do silêncio
Apesar dos ‘castigos’ impostos pelos agentes, nenhum colega de cadeia de Odebrecht ousa reclamar com os carcereiros ou enquadrar o detento-rei.

Lei do capitalismo
O consenso entre os lobistas e executivos presos é que um dia todos serão soltos, e eles sabem do poder político e econômico de Odebrecht aqui fora. O tratam como reizinho.

Anexo assombrado
Ruídos de mesas, gemidos e suspiros são ouvidos nos gabinetes do oitavo e nono andares do Anexo IV da Câmara nas noites de sexta. Muitos faxineiros estão com medo.

Tragédia no Bradesco
A cúpula do Bradesco foi pega de surpresa com a viagem dos executivos Lúcio Flávio de Oliveira (Vida & Previdência) e Marco Antônio Rossi (Seguros) que morreram na queda do jatinho do banco em Minas. Há uma recomendação interna para que altos executivos não compartilhem o mesmo voo – privado ou comercial.

Agenda preliminar
Horas antes do acidente fatídico, os executivos visitaram a Esplanada. Ambos estiveram com Tarcísio Godoy, secretário executivo do Ministério da Fazenda. Sozinho, Rossi também passou na Casa Civil para um café com o ministro Jaques Wagner.

Segundo caso
Aliás, não há na história de registros da Cessna dois acidentes com seus jatos em apenas 14 meses. Em agosto passado, foi uma aeronave da fabricante que matou o presidenciável Eduardo Campos e a equipe em Santos.

Mistério total

O acidente já é um mistério para a Aeronáutica, que investiga. Nada contribui para a queda: jato seminovo, tecnologia de ponta, pilotos experientes e tempo era bom.

PP treme
A bancada do PP está alarmada com a decisão do ex-presidente do partido Pedro Corrêa em negociar delação e entregar o que sabe sobre propinas do petrolão para os ‘pepistas’. Um dos deputados mais próximos de Corrêa é o mineiro Luis Fernando Faria.

Encrenca trabalhista
Os escritórios de contabilidade Brasil adentro estão com serviço extra (e lucro) após a mudança nas regras do Ministério do Trabalho que proíbem o pagamento de seguro desemprego a quem for sócio (mesmo que minoritário, de 1%) em empresas.

Blindagem conveniente
Há algum tempo a oposição na Câmara reclama que o PT não deixar abrir  as  sessões das segundas e sextas como forma de evitar discursos contra o Governo. Nada que não possa piorar. O deputado Izalci (PSDB-DF) diz que agora as quintas também estão vetadas para os discursos, por conta da proteção ao presidente  Eduardo Cunha.

É o irmão
Não foi Osmar Dias, o vice-presidente do BB, e sim o senador Alvaro Dias (PSDB), seu irmão, quem almoçou com o presidente do PV e trata a filiação para disputar a presidência em 2018. Alvaro só vai se o PV se anunciar oposição ao Governo.

O preço do lucro
Veja como a Vale se esforçou, de um ano para cá, em economizar na extração em prol do lucro. A mineradora gastava US$ 58,50 para reaproveitar finos ou resíduos gerados na extração do minério – inclusive em Minas Gerais. Hoje, o custo, incluindo o transporte até a China, está em US$ 34,2 (queda de 41,5%).

Efeito China
A Vale atua para reduzir o custo diante da competição com as mineradoras da Austrália, que têm 22 dias de vantagem na entrega de navio à China, a maior compradora.
Ponto Final
O rio Doce morreu. E todo o abastecimento de água e pesca por onde passa, dizem ambientalistas.

Com Equipe DF, SP e Nordeste

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