Sexta-feira, 07 de fevereiro de 2025

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
25°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Brasil O Senado engavetou um projeto que poderia ter evitado tragédias anunciadas, diz senador

Compartilhe esta notícia:

Parte do setor do agronegócio permanece ligada ao bolsonarismo. (Foto: EBC)

O rompimento da barragem de Fundão, da Samarco, em Mariana (MG), há três anos, levou o Congresso Nacional a repetir uma velha fórmula de reação a tragédias. Instalou comissões sobre o assunto, levou parlamentares ao local, propôs alterações legislativas. Um dos principais caminhos apontados por senadores envolvidos com o tema para evitar novos desastres, porém, também repetiu o que costuma ocorrer nos anos seguintes à comoção: não andou. Elaborado pela Comissão Temporária da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB), criada depois da tragédia de Mariana, o projeto de lei que aperfeiçoa a lei sobre os rejeitos e endurece as sanções a infratores foi para o arquivo, sem votação, com o fim da última legislatura. As informações são do jornal O Globo.

O projeto previa mudanças nas definições dos termos barragem e empreendedor e acrescenta o detalhamento do que é considerado acidente e desastre. Para os senadores que participaram da comissão, essas alterações são fundamentais para evitar brechas que livrem as donas das barragens da responsabilidade por eventuais tragédias. Eles defendem que a punição também garantirá mais compromisso dos empreendedores em medidas para que novos rompimentos não ocorram.

Criada pela Lei 12.334/2010, a Política Nacional de Segurança de Barragens prevê obrigações aos empreendedores, como “prover os recursos necessários à garantia da segurança da barragem”, manter os órgãos de fiscalização atualizados sobre mudanças nas barragens, permitir o acesso irrestrito aos fiscais ao local, entre outros. A proposta previa também mais obrigações, como a de contratar seguro ou apresentar garantia financeira para a cobertura de danos a terceiros e ao meio ambiente em caso de acidente ou desastre.

A proposta tramitava na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA) desde maio de 2016. Foi incluída na pauta do colegiado algumas vezes, mas nunca votada. Se aprovada pelos seus integrantes, iria direto para análise da Câmara. Com o fim da legislatura, foi arquivada no fim de 2018.

“Nosso relatório aponta que temos uma série de tragédias anunciadas e todas muito concentradas em Minas e Pará, que têm grande volume de atividade. Infelizmente, a análise do nosso projeto não andou. Sequer a CMA aprovou. Cansei de pedir. Quando houve o acidente em Mariana, fizemos imenso trabalho. Agora, acontece outro acidente? Não é possível”, diz o relator da comissão sobre a PNSB e autor da proposta, senador Ricardo Ferraço (PSDB-ES), cujo mandato se encerra este mês.

Na proposta, também havia a previsão de que infrações administrativas – com o descumprimento das obrigações previstas na lei – gerariam advertência, multa, embargo e demolição da obra. No relatório apresentado na CMA, o senador Jorge Viana (PT-AC), que também termina o mandato no fim do mês, propunha como valor mínimo da multa R$ 1 mil e máximo, R$ 50 milhões.

“É um setor que faz autogestão da segurança. Porque a União, que deveria fazer essa fiscalização, não faz. À época, constatamos que o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), hoje transformado em Agência Nacional de Mineração (ANM), não tinha nem recursos humanos, nem materiais, para tomar conta das barragens. O fato é que o governo federal não dispõe de informações e meios para essa fiscalização. Não sabe o que acontece nessas barragens”, diz Ferraço.

O presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB), se manifestou sobre o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) pelo Twitter. “Lamentando que a tragédia de Mariana não tenha sido suficiente para evitar acontecimento similar, defendo que se abra uma ampla apuração das causas para que sejam cobradas as devidas responsabilidades”, escreveu.

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Brasil

Sérgio Moro rebate Jean Wyllys e nega omissão de autoridades sobre ameaças. O Ministério da Justiça informou que o homem que ameaçava o deputado federal foi preso em 2018
O general Augusto Heleno disse que o governo vai fiscalizar as barragens de todo o País
https://www.osul.com.br/o-senado-engavetou-um-projeto-que-poderia-ter-evitado-tragedias-anunciadas-diz-senador/ O Senado engavetou um projeto que poderia ter evitado tragédias anunciadas, diz senador 2019-01-27
Deixe seu comentário
Pode te interessar