Segunda-feira, 07 de abril de 2025
Por Redação O Sul | 16 de agosto de 2018
A Justiça determinou a penhora de uma casa do senador e candidato do Podemos ao governo do Rio de Janeiro, Romário, como garantia do pagamento do montante devido a um credor. O imóvel, comprado por R$ 6,4 milhões, localiza-se em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminense.
Também foram penhorados R$ 4,8 milhões que Zoraidi de Souza Faria, irmã do senador e também ré no processo, mantém em um plano de previdência privada no Banco do Brasil. O ex-jogador diz que não há irregularidades: “O dinheiro é meu, consegui com meu suor. O meu dinheiro dou para quem quiser. Dou para minha irmã, para minha mãe, para o meu irmão. Não tem R$ 1 de dinheiro público aí. Está tudo declarado no Imposto de Renda da minha mãe e da minha irmã”.
A casa não aparece na lista de bens entregue pelo senador ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e foi declarada por Zoraidi à Receita Federal. Quando a existência do imóvel foi divulgada pelo jornal O Globo, em fevereiro, a antiga proprietária, a advogada Adriana Sorrentino, contou que tinha feito a venda para Romário. Um vizinho também relatou que o imóvel, que foi reformado, pertence ao candidato. O dinheiro foi transferido a Adriana por meio de uma conta de Zoraidi em uma agência do Banco do Brasil em Brasília – Romário tem uma procuração para movimentar a conta.
As cotas do IPTU (Imposto Predial e Territorial Urbano) também vêm sendo pagas da mesma maneira. Um relatório de maio do Conselho de Coaf (Controle de Atividades Financeiras), órgão do Ministério da Fazenda, identificou indícios de lavagem de dinheiro em operações financeiras do senador.
O documento aponta a suspeita de que ele administra a conta em nome da irmã com o “intuito de ocultar” a própria movimentação de recursos. Sobre o plano de previdência de Zoraidi, a Justiça entendeu que os recursos são do próprio Romário, como parte da estratégia de ocultação do patrimônio para evitar o pagamento de dívidas. Em 2015 e 2016, Zoraidi recebeu R$ 10 milhões em empréstimos: R$ 4 milhões do senador e R$ 6 milhões da RSF, empresa cujos donos no papel são a mãe e o pai de Romário.
O candidato declarou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 5,5 milhões – com a casa, os bens cresceriam 116%. O senador também tem participações societárias, um apartamento e créditos de empréstimos – não está está especificado quem são os devedores dos recursos.
Apartamentos leiloados
Em um dos processos a que Romário responde, a dívida com o credor está em cerca de R$ 20 milhões. O mérito da questão já foi decidido, e a ação está na fase da execução do pagamento. Com a dificuldade para encontrar bens em nome do senador e recursos em contas bancárias dele, o cerco judicial se ampliou.
Dois apartamentos na orla da Barra da Tijuca, no mesmo condomínio onde Romário mora, já foram leiloados, arrecadando R$ 2,8 milhões. Os imóveis ainda estavam em nome da construtora que os vendeu ao candidato.
Cinco carros de luxo, em nome da mãe e da irmã do senador, também já foram penhorados, em um total de R$ 1,4 milhão – dois destes veículos foram apreendidos no mês passado. A Justiça ainda penhorou uma lancha, registrada por Zoraidi, que fica na Marina da Glória.