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O senador Fernando Collor de Mello foi interrogado no Supremo em uma ação penal da Operação Lava-Jato

Collor é acusado de receber propina de R$ 20 milhões em contratos da BR Distribuidora. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Durou mais de uma hora o interrogatório do ex-presidente da República e senador Fernando Collor (Pros-AL) na manhã desta quarta-feira (13) no STF (Supremo Tribunal Federal). Collor se tornou réu em 2017, quando a 2ª Turma da Corte aceitou denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e comando de organização criminosa na Operação Lava-Jato.

A audiência conduzida por um juiz designado pelo ministro Edson Fachin, relator do processo, ocorreu a portas fechadas. Ao final, Collor e a advogada criminalista Livia Novak deixaram o local por acesso privativo sem falar com a imprensa.

Segundo delatores ouvidos pelo Ministério Público, o senador recebeu mais de R$ 20 milhões em propina para facilitar contratos da BR Distribuidora, subsidiária da Petrobras. Os supostos pagamentos reparados pelo doleiro Alberto Youssef, seu auxiliar, Rafael Ângulo e pelo dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, foram feitos entre 2010 e 2014.

Denúncia aceita

O senador Fernando Collor de Mello disse na época em que a denúncia contra ele foi aceita que teria oportunidade de provar sua inocência no processo que se iniciou no Supremo Tribunal Federal. Em nota divulgada na ocasião pela assessoria de imprensa, o senador disse que “como no passado, terá oportunidade de comprovar sua inocência na fase seguinte do processo”.

A nota pontuava ainda que a decisão de agosto de 2017 do STF, que acatou denúncia contra ele por corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, representou uma derrota para a PGR (Procuradoria-Geral da República).

“O Supremo Tribunal Federal impôs, no julgamento de hoje, uma primeira derrota à Procuradoria-Geral da República, pois, dos nove denunciados, a recebeu em relação a três deles, ainda assim em parte, afastando cinco de oito crimes imputados”, dizia a nota emitida na ocasião após o aceite da denúncia.

O senador disse ainda que os ministros da Corte repudiaram os “excessos da acusação”. “Mesmo em relação ao remanescente da denúncia, a Corte apontou o absurdo da multiplicidade de acusações em relação a um mesmo fato, ressaltando que nessa etapa não fazia qualquer juízo quanto à existência ou não de crime”, diz a nota.

Com a decisão do STF de acatar a denúncia, Collor vira réu nas investigações da Operação Lava-Jato. A PGR acusa o parlamentar de receber R$ 29 milhões em propina pela suposta influência política na BR Distribuidora, empresa subsidiária da Petrobras. Segundo o então procurador-geral da República, Rodrigo Janot, além de Collor, estão envolvidos no suposto esquema a mulher do senador, Caroline Collor, e mais seis acusados que atuavam como “operadores particulares” e “testas de ferro” no recebimento dos valores.

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